'Maldade está na cabeça das pessoas', diz Lore Improta sobre letra de música infantil

A dançarina irá lançar seu mais novo projeto voltado para crianças no próximo dia 21 de outubro

O mais novo projeto musical da dançarina baiana Lore Improta ainda nem estreou e já gerou algumas polêmicas. A primeira música do musical O Fantástico Mundo da Lore acabou chamando a atenção de alguns internautas por ter um trecho em que diz ‘Quando eu mandar, obedeça. Desce, senta’. Em entrevista ao CORREIO, Lore esclarece não só a letra da música, mas também todos os detalhes do seu mundo fantástico que deverá estrear no próximo dia 21 de outubro (domingo), às 16h, no Estacionamento I do Shopping da Bahia.  

Por que fazer algo para o público infantil? Eu já tenho uma ligação com as crianças desde pequena, quando eu comecei a dançar com a Carla [Perez]. Quando eu tinha 9 anos de idade eu entrei no Algodão Doce, então eu tinha uma relação direta com as crianças. Eu passei seis anos dançando com a Carla, então eu costumo falar que a praticamente minha vida toda foi conectada com as crianças.  (Foto: Divulgação) Como surgiu a ideia de fazer algo focado nesse público? Quando eu comecei a fazer o Show da Lore, eu comecei a ter muitas crianças no show e isso começou a me incomodar por causa das músicas que eram muito pesadas e as vezes eu ficava com vergonha de dançar porque eu achava que poderia ficar vulgar. A gente não tinha cuidado com roupa, eu usava muito short curto, top, blusinhas vazadas. Então não tinha um cuidado para as crianças. Até que a gente resolveu dar uma pausa nos shows e fazer algo focado para crianças. Não que isso vá parar os meus outros trabalhos, mas a gente queria fazer algo pensado para crianças.

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Você é conhecida por mandar bem na dança, mas cantar foi algo novo para você?  O canto é uma novidade, mas o Fantástico Mundo da Lore não sou eu cantando o tempo inteiro. Na verdade é um espetáculo de dança musical. O repertório conta com 34 músicas, entre inéditas e músicas já conhecidas que a gente repaginou. O canto é só uma novidade que a gente quis trazer e surgiu em uma conversa com meu empresário. Ele me disse: “você é afinada, dá pra dar um jeito” e aí eu comecei a me consultar com um fono para me preparar melhor. 

Você traz algumas músicas autorais neste trabalho, como foi o processo de produção? Inicialmente era para ser apenas uma música, mas aí eu entrei em estúdio com o Rafinha e então saiu a segunda e a terceira. Cada música é destinada a uma faixa etária de criança diferente. E Aí Caleroca?! é algo voltado para crianças bem pequenas mesmo. Aula de Dancinha já é para crianças mais crecidas, entre 5 e 9 anos e Movimenta o Corpo para adolescentes.

Você recebeu algumas críticas pela letra da música Movimenta o Corpo e ainda pelo seu desempenho vocal. Como você as encara? Na verdade, quando eu vejo críticas construtivas eu acabo usando para melhorar, porque críticas são sempre bem vindas. Mas as pessoas hoje têm usado a  internet para propagar ódio e coisas ruins. [...] Sobre a minha voz eu já esperava, porque as pessoas estranham mesmo até porque já se acostumaram a me ver como dançarina [...] O problema com a letra da música Movimenta o Corpo foi na parte que eu falo “senta e desce”. Mas eu digo que a maldade está na cabeça das pessoas, porque se eu mandar você sentar você vai sentar, se eu mandar você descer, você vai descer. Pronto, mas o que acontece é que as pessoas têm entregado algo tão pesado para as crianças, que qualquer coisa que você fale referente a essa palavra, as pessoa já vão ligar ao que já está sendo colocado no mercado. Tanto que a coreografia dessa música no meu espetáculo é a gente sentando no chão. 

O que os pequenos podem esperar de O Fantástico Mundo da Lore? Não só as crianças, mas todos os adultos que forem acompanhá-las vão se surpreender, porque é algo muito grande, nem eu sabia que era tão grande. Quando eu cheguei no ensaio comecei a chorar e dizia ‘meu deu do céu, tá tudo tão mágico!’. [...] O Fantástico Mundo da Lore fala sobre o meu fantástico mundo da dança que eu vou descobrindo. Eu saio da minha infância e vou até minha adolescência. Conta uma história, tem diálogos. Eu acho acho que foge de tudo que eu já vinha fazendo e acho que não existe no Brasil algo da maneira que estamos criando agora.