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Manchester City abre 2x0, mas sofre virada épica do Wolverhampton


 

Wolves buscaram virada aos 44 do segundo tempo

  • Vinicius Nascimento

Publicado em 27/12/2019 às 19:31:00
Atualizado em 20/04/2023 às 16:02:06
. Crédito: Foto: Paul Ellis/AFP

Pareceu que ia. Então, pareceu que não ia. No final das contas, foi. Esse é o resumão da vitória do Wolverhampton em cima do Manchester City, nesta sexta-feira (27), pela 19ª rodada do Campeonato Inglês. O time do técnico Nuno Espírito Santo viu o goleiro Ederson ser expulso logo aos 12 minutos, mas levou dois banhos de água fria de Raheem Sterling, que viveu noite inspirada.

O atacante inglês foi o responsável por abrir os 2x0 que parecia indicar uma vitória aos Citizens, mas não foi isso que aconteceu e o Wolverhampton buscou uma virada épica, com três gols no segundo tempo. Adama Traoré foi quem liderou os Lobos, com o gol que diminuiu o placar e a assistência para o empate. Matt Doherty sacramentou a virada aos 44 da etapa complementar.

A derrota deixou o City estacionado na 3ª colocação, com 38 pontos. A distância para o Liverpool, líder, já está em 14 pontos e pode aumentar para 17 caso os Reds vençam seu jogo atrasado contra o West Ham. A briga pelo título, cada vez mais, parece ter um único candidato.

O jogo A equipe de Nuno Espírito Santo costuma ser ousada, principalmente dentro do Molineux Stadium: os seus domínios. Contra os Citizens, os donos da casa começaram o jogo de maneira mais cautelosa, explorando contra-ataques com bolas longas nas costas da defesa do atual campeão inglês.

Numa dessas, o brasileiro Ederson foi expulso. Diogo Jota foi lançado e ganhou na corrida para Fernandinho e Otamendi. O português deu um toquinho para se livrar de Ederson que o derrubou fora da área. O cartão vermelho foi imediato.

A expulsão inflou a torcida dos Wolves, mas quem abriu o placar foi o City. Mahrez sofreu um pisão dentro da área e sofreu pênalti. Na primeira cobrança, Sterling parou em Rui Patrício, mas o VAR mandou voltar a cobrança. Na segunda, o goleiro lusitano buscou a cobrança novamente, mas deu rebote e aí o inglês não perdoou. Um balde de água gelada na torcida dos Lobos. Sterling e Fernandinho tiveram atuações antagonistas no Molineux; inglês foi o sopro de inspiração do City enquanto o brasileiro, mais uma vez, foi mal jogando improvisado na zaga (Foto: Paul Ellis/AFP) Segundo tempo Com um a menos e com um Wolverhampton pulsante, o City jogou de forma atípica. Sofrendo pressão, trocando poucos passes e tentando resolver os lances em poucos toques.

Sorte de Pep Guardiola que tem um jogador em especial que consegue resolver qualquer jogada com poucos toques. A linha defensiva do Wolves subiu e o time perdeu a bola. Kevin De Bruyne, com a majestosidade que lhe é habitual, deu um toquinho para Sterling apostar corrida e finalizar de uma maneira que Romário aprovaria: um tapa de cobertura na saída de Rui Patrício que colocou o 2x0 no placar.

A missão do Wolverhampton parecia meio impossível àquela altura, mas Adama Tratoré mostrou que além de força física, tem mentalidade em dia. Cinco minutos após o segundo gol do City ele arrancou sozinho e bateu forte da entrada da área sem chances para Claudio Bravo. O impossível virou questão de opinião.

A partir daí o estádio Molineux virou um verdadeiro inferno. A torcida em cima e o Wolves massacrou a defesa dos citizens até conseguir o gol de empate, que saiu após um vacilo de Mendy na esquerda. O lateral francês perdeu a bola para Adama Traoré cruzar e Raul Jiménez só ter o trabalho de escorar para o gol. O impossível virou questão de tempo. Adama Traoré disputa bola com Mendy e Bernardo Silva. Atacante não desistiu do jogo em momento algum (Foto: Paul Ellis/AFP) E ele veio sete minutos após o empate. Um herói improvável surgiu em um lugar improvável e bateu com sua perna mais... improvável. O lateral Matt Doherty partiu para o ataque, deixou Otamendi no chão e bateu de perna esquerda - a sua mais fraca - para decretar a virada. O impossível estava ao alcance dos olhos.  E o Wolverhampton era o nome do milagreiro.

Com a vitória, o Wolves foi a 30 pontos e ultrapassou o Tottenham, tomando para si a 5ª colocação - posição que dá direito a uma vaga na Europa League. A campanha é a melhor dos Lobos na Premier League, que começou a ser disputada na década de 90. Antes disso, o Campeonato Inglês tinha outro formato.

*com supervisão do editor Herbem Gramacho