Manifestações bloqueiam garagens de ônibus e acesso na região do Iguatemi

Transalvador instalou desvios de trânsito para tentar minimizar impacto

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  • Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 06:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Transalvador

Manifestações aconteceram em alguns pontos de Salvador, incluindo a região do Iguatemi e garagens de ônibus, a partir das 4h desta segunda-feira (19), contra a votação da Reforma da Previdência. O dia começou com protestos na porta das empresas  Dois de Julho (Lauro de Freitas) e Camarujipe, às margens da BR-324. Grupo fecha acesso na região do Iguatemi Foto: Reprodução/Transalvador Mais tarde, por volta de 7h, manifestantes bloquearam o trânsito na região do Iguatemi - as pistas foram fechadas nos dois sentidos. Por conta do protesto, as avenidas ACM e Paralela ficaram congestionadas no início da manhã. Também foi registrada manifestação no Porto de Aratu e na Rótula do Abacaxi, e na Região Metropolitana de Salvador, como na Via Parafuso, onde um grupo queimou pneus e bloqueou a pista.

Alguns passageiros que já haviam acompanhado as notícias no final de semana optaram por pegar o metrô para ir trabalhar. O resultado foi um movimento acima do normal nos vagões.

"Hoje está mais cheio que os dias normais, mas a gente entende. Essa reforma é um absurdo. Até nossa aposentadoria eles querem tirar", afirmou a secretária Alice Nunes, 32 anos, uma das que optou po metrô e apóia o movimento promovido pela Central Única dos Trabalhadores Bahia (CUT Bahia) e que conta com a adesão de outros sindicatos. 

Muitos passageiros desceram dos ônibus e seguiram à pé para terminar a viagem. Os amigos Davi Santos, 36, e Gabriel Santana, 35, trabalham como vigilantes em um condomínio na Avenida Paralela. Saíram de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário, 40 minutos antes do horário normal."A gente viu na imprensa que teria manifestações, por isso combinamos de sair de casa mais cedo. Temos que render nossos colegas. Descemos aqui (Iguantemi) e vamos pegar o metrô para completar a viagem", contou Davi.Polícias militares acompanharam a manifestação e, até o início da manhã, não ocorreram incidentes .

Desvios no trânsito Em nota, a Transalvador informou que fez desvios no trânsito na região onde ocorreu o protesto na capital - suspensos após a liberação da pista, por volta de 9h10. O objetivo, segundo o órgão de trânsito, era evitar que os motoristas ficassem "presos nos bloqueios realizados por manifestantes em frente ao Shopping da Bahia e no viaduto Raul Seixas", diz nota.

Nas proximidades do Hiper Posto, os condutores foram direcionados para a Avenida Paulo VI e de lá retornavam no sentido Lucaia para a Avenida ACM. 

Já na Bonocô e na Rótula, os veículos foram conduzidos a evitar o sentido Shopping da Bahia em razão dos protestos. Já na região da Rodoviária, os condutores eram orientados a seguir para a região da Rótula do Abacaxi, evitando seguir pela Av. ACM. Foto: Gil Santos/CORREIO Apesar dos ônibus terem parados, alguns passageiros ficaram esperando dentro dos coletivos. A cozinheira Antônia Souza, 46, avisou aos patrões através de massagem de celular. "Está tudo parado. Fiz uma foto do engarrafamento e do protesto e mandei para eles", afirmou. No sentido Centro, o engarrafamento começava já na região do CAB.

Para a estudante Larissa Silva, 22, a manifestação atrapalhou a rotina. "Eu também sou contrária à reforma da previdência, mas essa paralisação só prejudica a nós mesmos trabalhadores. Talvez se ela fosse realizada em Brasília fizesse algum sentido, mas aqui o único efeito será tumultuar ainda mais a  nossa segunda-feira", disse.

Os rodoviários não paralisaram as atividades, mas a diretoria do sindicato da categoria compareceu ao ato na região do Iguatemi. Em vídeo publicado no Facebook, o vice-presidente da entidade, Fábio Primo, falou sobre o protesto. "Estamos aqui montando acampamento no Iguatemi para protestar em defesa dos trabalhadores e da aposentadoria contra a reforma da Previdência". 

O presidente do sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, na mesma publicação, convocou os colegas para a manifestação que estava prevista para ocorrer às 6h, mas só teve início por volta das 6h40. Segundo Ferreira, uma nova manifestação está prevista para as 15h, no Campo da Pólvora. "Essa é uma demanda de todos nós, trabalhadores, e por isso temos que nos unir", afirmou.