Manifestações marcam véspera do julgamento de Lula

Na Bahia, manifestações aconteceram em rodovias, organizadas pelo MST

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  • Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 05:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação

Por todo o Brasil, manifestações de apoio e contra o ex-presidente Lula aconteceram nesta terça-feira (23), véspera do julgamento do petista, marcado para começar esta manhã em Porto Alegre. Hoje são esperados novos atos espalhados pelo país. A capital gaúcha se prepara para receber uma grande quantidade de manifestantes. Na véspera, recebeu um protesto batizado de "esquina democrática", que contou com participação do próprio Lula.

Na Bahia, quatro rodovias federais e três estaduais que cortam o estado foram parcialmente bloqueadas por mais de 13 mil sem terras ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) que realizam protesto em defesa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). As manifestações ocorrem nas BRs 101, 116, 110 e 242, e nas BAs 001, 210 e 407.

Evanildo Costa, coordenador estadual do MST na Bahia, disse que as ações “têm o objetivo de reivindicar o direito de Lula ser candidato e defender a democracia brasileira” e enfatizou que elas “se somam aos atos políticos da classe trabalhadora em todo país que, mais uma vez, vem denunciar o golpe.”

Paulista dividida Separados por apenas um quarteirão e em clima de provocação, manifestantes contra e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram na noite de ontem, em frente a dois prédios da Justiça Federal na Avenida Paulista, região central de São Paulo, para pressionarem os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgarão o recurso do petista. Segundo a Polícia Militar, não houve nenhuma confusão.

Com carro de som e uma enorme faixa verde amarela, o ato convocado pelo movimento Vem Pra Rua reuniu dezenas de pessoas em frente ao prédio do TRF-3 com cartazes pedindo "Lula na cadeia", camisetas do juiz federal Sergio Moro e gritos de "3 a 0", placar desejado pelo grupo no julgamento do recurso de Lula, o que tornaria mais difícil a candidatura do petistas nas eleição presidencial de outubro.

"Nós estamos apoiando a Justiça que está sendo atacada de todas as formas, principalmente pelos caciques do PT e pelos advogados de Lula. Amanhã é um dia muito importante em que vai se provar no Brasil que ninguém está acima da lei", afirmou Adelaide Oliveira, porta-voz do Vem Pra Rua, que teve início em 2014 com os protestos a pedindo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A um quarteirão de distância, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Peixoto Gomide, manifestantes de movimentos sociais de esquerda liderados pela Frente Brasil Popular fizeram uma vigília em frente ao prédio do fórum da Justiça Federal. "Essa vigília é para reafirmar que não tem provas conta o presidente Lula e que eleição sem Lula é fraude", disse o coordenador do ato, Raimundo Bomfim.

Em Copacabana, ato contra Lula tem ex-casseta Centenas de pessoas participaram à noite de um ato em Copacabana, na zona sul do Rio, contra o ex-presidente. O evento foi organizado pelo Vem pra Rua (VPR), movimento criado durante os protestos que culminaram com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Os manifestantes se reuniram na altura do posto 5 da Avenida Atlântica, a partir das 18h30, e seguiram em caminhada até a Rua República do Peru, no mesmo bairro. Dali voltaram ao posto 5, de onde iniciaram, às 21h30, uma carreata até Ipanema, na mesma região. O humorista Marcelo Madureira afirmou em discurso que "não temos ódio" e que a pressão contra Lula "não é vingança", mas sim uma cobrança para "que a Justiça seja aplicada a todos, inclusive ao presidente da República". Ele cobrou a condenação de outros políticos e citou os senadores Romero Jucá (MDB-RR), Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA), Fernando Collor (PTC-AL) e o presidente Michel Temer. Adriana Balthazar, líder do Vem pra Rua no Rio, também discursou, e disse que "nosso movimento nunca foi pelo impeachment de Dilma, mas sim pelo fim da corrupção" no Brasil. "Tenho muito orgulho de liderar um movimento que também bateu muito no Temer", afirmou. Em outro momento da caminhada, ela elogiou "essa gente linda" do "nosso" protesto, e o comparou com um ato realizado há uma semana por apoiadores de Lula, classificados como "carrancudos", "cheios de ódio e baixo astral". Balthazar também sugeriu que as pessoas entrem com ações contra Lula para tentar evitar que ele faça campanha eleitoral. "Alguém para esse homem!", pediu. O delegado da Polícia Federal Jorge Pontes também discursou e disse que a condenação de Lula será "uma redenção para a sociedade brasileira". "Tem uma cadeia esperando por você, Lula", afirmou. Os manifestantes exibiam cartazes e faixas com críticas ao ex-presidente, e muitos vestiam camisetas alusivas à possível prisão dele. Foram muito repetidos coros como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão" e "não é vermelha a bandeira brasileira", em referência à cor símbolo do PT.