Manu exalta o poder da mulher e confessa: 'Sou submissa'

Cantora lança CD no CORREIO, nesta terça-feira (25), com participação de Naiara Azevedo, Márcia Fellipe e Lucas Lucco

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  • Laura Fernades

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 06:00

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As mulheres dominaram o sertanejo com seu discurso empoderado. Duvida? Basta escutar o CD que a cantora alagoana Manu, 32 anos, lança no CORREIO nesta terça-feira (25). A artista que fincou raiz em Goiânia, terra do sertanejo, canta a plenos pulmões: “Ela não usava aquela saia/Agora usa com tomara-que-caia/Se livrou do seu ex/Melhor coisa que fez/Cabeça fechada pra o mundo, quem é ele pra proibir ela de tudo?(...) Quem vê decote não vê coração/Século XXI mermão”.

Recado dado. É esse o clima do álbum Século XXI, que conta com a participação de outros nomes do sertanejo como Naiara Azevedo, Márcia Fellipe, Lucas Lucco, Rogério Ferrari e Day & Lara. O trabalho reúne as músicas que fizeram parte do DVD de mesmo nome, gravado em Goiânia, no ano passado. “Se a galera não ouviu ainda, vai poder conferir no CD do CORREIO!”, comemora Manu.

Com seu vozerão, a artista canta a mulher que é cheia de autoestima e dona de suas decisões. Até quando sofre por amor, canta a sofrência em situações dominadas pelo universo masculino: “traz aí pra mim um copo de whisky, o gelo e o amor dele de volta”. A letra faz parte da música Não Tem Essa Que Não Chora, cujo clipe gravado com a cantora Simone Mendes, da dupla Simone & Simaria, alcançou 13 milhões de visualizações no YouTube.

“Pensa numa mulherada braba? Respeita a mulherada que agora é a nossa vez”, anuncia Manu entre uma letra e outra da música Quero mais que cê Suma. E é por esse caminho que segue o álbum que também inclui outro hit, Sala de Espera, que tem mais de um milhão de visualizações no YouTube.

Senta Não dá pra deixar de citar quando Manu canta que “não é rapariga”, muito menos “bandida”, ou quando ela dá voz à mulher que quer mais que o outro “se exploda”, porque já está “ocupada beijando outra boca”. Não faltam letras que exaltam o poder de decisão da mulher, mesmo quando ela aparece “tomando tequila, ficando maluca” na festa e fazendo uma “dancinha pra o playboy”.

Não, a ideia não é reforçar a mulher como objeto de desejo, defende o compositor baiano Tierry, 29, que assina a música que abre o disco: Senta, Senta. Na letra, “a macharada pira o cabeção”, quando a mulher “senta”, mas Tierry faz questão de destacar que a mulher pode fazer o que ela quiser, cabe ao homem respeitar os limites.

“É uma música sobre o poder da mulher, da sua sensualidade, da importância dos homens respeitarem a vontade delas de serem o que quiserem e usarem a roupa que quiserem. Os homens podem até se arrepiar ao ver uma mulher dançando, sexy, mas têm que respeitar”, garante Tierry, que também assina a música Revelia. “Manu tem a mesma personalidade musical da Simone & Simaria. Queria algo que fosse impactante”, explica.Defensora da mulher empoderada, Manu confessa com seu vozerão: “Sou uma mulher submissa”. Sem hesitar, explica que não vê nada errado nisso. “Sou uma mulher submissa, porque dependo do meu esposo e sou feliz. Ele é o cara que paga as minhas contas e eu gasto tudo!”, gargalhada do outro lado da linha. “Acho até legal o cara achar que está mandando e a gente deixar...”, completa rindo.Emanuella Tenório Rocha, a Manu, se considera uma mulher forte. Mãe com 21 anos, criou a filha de 11 anos sozinha, até encontrar sua atual cara-metade. Além disso, aprendeu a cantar na Igreja com 11 anos e encarou o mundo da música profissionalmente com apenas 14 anos. “Com o tempo, a mulher ganhou seu devido lugar na sociedade. Não acho errado a mulher ser submissa, mas não acho correto é ela se submeter a abusos e grosserias. A mulher ganhou força e fico muito feliz com isso. Somos muito capazes, graças a Deus”, agradece.