Mar Grande: audiência pública será marcada logo para ‘não deixar o sangue esfriar'

Representantes de vítimas, associações e outras entidades planejam discussão sobre o transporte por lanchas

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 29 de agosto de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr/CORREIO

Uma reunião no prédio da Prefeitura de Vera Cruz, nesta segunda-feira (28), era vista como o primeiro passo para uma virada total de direcionamento do sistema das lanchas entre Mar Grande e o terminal náutico de Salvador. Representantes das vítimas, associações, Procuradoria Geral do Município e a Defensoria Pública estavam juntos para tentar marcar uma audiência pública que possa discutir as questões relacionadas com o transporte marítimo. 

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Membro do Conselho Municipal de Itaparica, Cledson Oliveira disse que o protesto que impediu a saídas das lanchas, na manhã desta segunda, pretendia chamar a atenção para o problema e, não, acabar com o sistema. “Há mais de dez anos temos processos contra esse sistema. As desculpas sempre foram as mesmas. A culpa é da Agerba (agência do governo do estado que regula os serviços de transporte). Mas ele é necessário e de forma alguma queremos acabar com ele”, afirmou. Letreiro turístico, em Mar Grande, com homenagens às vítimas da tragédia com lancha (Foto: Betto Jr/CORREIO) “Isso é resultado de falta de planejamento e descaso. Tratam o transporte de forma política”, ratificou Rogério Emílio, membro do mesmo conselho.

A empresária Lenise Ferreira, moradora da ilha há 28 anos, defende que as lanchas passem por um processo de licitação. “Não queremos acabar com as lanchas. É um transporte necessário, imprescindível. Mas a gente quer regulamentação e fiscalização. O próprio Ministério Público já atestou que se trata de um sistema precário”, comentou, durante o encontro.

O procurador-geral de Vera Cruz, Igor Pinho, e o defensor público Gil Braga de Castro, informaram que a audiência será marcada para que as questões sejam tratadas de forma objetiva. “Minha sugestão é que a audiência pública trate de um tema específico. O que a gente quer atingir? Há uma série de problemas. Nem todos vão ser resolvidos no tempo que a gente quer”, disse o defensor. “Temos que objetivar as ações, saber o que realmente queremos”, concluiu o procurador.