Maratonistas do Hackathon+Salvador transformam Faculdade de Medicina em oficina criativa de ideias

Durante a tarde deste sábado (15), os 50 participantes do desafio criativo queimaram os miolos na elaboração de sugestões de impacto social para o Centro Histórico

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  • Carol Aquino

Publicado em 16 de julho de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

Uma tempestade se formou no Centro Histórico na tarde deste sábado (15) apesar do sol que brilhava em Salvador. Um turbilhão de ideias invadiu o prédio da Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, no primeiro dia do Hackaton+Salvador, voltado para a construção de soluções de impacto social para a região mais antiga da cidade.

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Cinquenta pessoas, entre empreendedores e criativos jovens e veteranos, se debruçaram sobre desafios nas áreas de mobilidade, turismo, cultura/patrimônio, governança e vida empreendedora (economia criativa). Por todo lado, se ouviam discussões, post its eram colados e cartolinas serviam de base para futuros projetos inovadores para a capital.

Nessa hora, os participantes têm de vencer a timidez, o fato de se conhecerem há poucas horas, as origens e os interesses individuais diferentes para colocar a mão na massa e pensar como um time. E os frutos desse primeiro dia foram positivos, pois dos dez grupos saíram muitas sugestões interessantes.

"O mais difícil aqui é fechar o raciocínio numa ideia perfeita, que seja aplicável e que tenha engajamento de fato", conta a estudante de jornalismo Joyce Melo, 18. O grupo de que ela participa, que trabalha com cultura/ patrimônio tentava lapidar a ideia de um aplicativo que servirá como um áudio guia para turistas que visitam o Centro Histórico.

"A pessoa colocaria o fone de ouvido e escutaria mais sobre a história do lugar. No meio do trajeto também apareceriam avisos de restaurantes legais, serviços. É uma forma de valorizar os empreendimentos locais", resume a estudante.

A maioria dos grupos conta que fez o brainstorming (tempestade de ideias) mais ou menos do mesmo jeito: cada um apresentava uma ideia para a construção da solução e daí eles iam juntando e filtrando as sugestões. O que poderia se tornar um grande Frankenstein acabou dando forma a ideias bastante inovadoras.

A junção dos diferentes interesses e experiências de outro grupo que se debruçou sobre cultura/ patrimônio resultou em um jogo de realidade ampliada que gera bônus cada vez que o usuário acerta uma charada "escondida" em QR Codes localizados nos prédios históricos.

O game, inspirado no Pokemon Go, dá direito a descontos no comércio local, a um copo do famoso suco de limão com coco da região ou até mesmo a uma dose do popular Cravinho do Pelô a quem faz uma determinada quantidade de pontos.

"O aplicativo, além do incentivo à exploração do patrimônio cultural do Pelourinho tem a questão da valorização do empreendedor local", conta a estudante de administração Sofia Greve, 24, uma das integrantes da equipe responsável pela sugestão.

Mentorias para guiar os criativosPara deixar os projetos mais adequados à realidade do Centro Histórico e mais exequíveis na prática entram em campo 25 mentores voluntários, especialistas em diferentes áreas, que atuavam como orientadores. Todos eles tinham alguma relação com a região e ajudavam os participantes a aperfeiçoar os seus projetos.

"A gente tem a experiência do território e eles a inovação. Acho que vamos conseguir criar soluções eficazes", disse a mentora Bete Fernandes, coordenadora de revitalização da diretoria de gestão do Centro Histórico da Prefeitura de Salvador.

O CEO da aceleradora de startups Rede+, que é parceira do CORREIO na realização do evento, Rodrigo Paolilo, também atuou como facilitador para os maratonistas e disse que está animado com a prévia dos projetos que viu. "São boas ideias e que fazem sentido para a realidade do local. Agora é hora de fazer as soluções ganharem corpo. A apresentação promete", avaliou.

Pausa para abastecer Às 20h30 deste sábado os teclados dos computadores e smartphones, canetas e cartolinas deram lugar aos garfos e facas. Os integrantes das equipes deram uma pausa nos projetos para matar a fome na base da pizza. Quatro queijos, portuguesa, brasileira, foram muitos os sabores. “Agora eu só durmo amanhã À tarde”, brinca Igor Iron, 24, enquanto devorava uma fatia de lombinho.

Neste domingo (16) acontece a grande final da maratona de 33 horas. A partir das 15h30 acontecem as apresentações dos projetos desenvolvidos pelos dez grupos para uma comissão julgadora. A mostra é aberta ao público, gratuita e acontece no auditório da Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. Os três melhores projetos serão premiados.

O Hackathon+Salvador é um oferecimento do Fórum Agenda Bahia, com realização do CORREIO e da aceleradora de startups Rede+, o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e os apoios da Rede Bahia, Faculdade de Medicina da UFBA, IHAC Lab-l, Sebrae, Loygus, Life Finanças Pessoais, SuperGeeks, Tours Bahia, Pizza Hut, Monterrey, Revita, Trio, do arquiteto Ed Vasco e do personal trainer Renato Figueiredo.

*Colaborou Saulo Miguez