Margareth Menezes celebra 30 anos carreira com show na Concha

"Continuo com a verve de acreditar e continuar a fazendo as minhas coisas”, diz

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  • Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 09:33

- Atualizado há um ano

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O canto forte e contagiante de Margareth Menezes ecoará na Concha Acústica, amanhã, no show em celebração aos seus 30 anos de carreira. “É um risco fazer um show num espaço como a Concha num final de semana com tantas coi sas na cidade, mas eu espero que as pessoas vão. Está super bonito”, comenta.  O desejo é mais que justo, afinal, como dizem por aqui, 30 anos não são 30 dias. “Nunca fui uma artista acomodada. Sempre estive trabalhando, mesmo que não estivesse cantando, tocando em rádio. Chega essas datas, a gente faz essa retrospectiva e é muito gratificante. Nunca tive nenhum momento de superprodução, de investimento financeiro alto. Continuo com a verve de acreditar e continuar a fazendo as minhas coisas”, lembra. Se depender da forma como 2018 começou, o ano  será de mais conquistas e celebrações: no dia 1º, ela fez um show eletrizante durante sua primeira participação no Revéillon de Salvador. “Foi realmente um presente pra mim poder participar do Festival da Virada, que estava há um tempo tentando isso. Especial por ser daqui, pela importância da música da Bahia e pelos tantos anos de carreira”, destaca. Em 2017, quando de fato completou as “bodas de pérola”, Margareth também estreou no Rock in Rio, o que considera outro marco da sua carreira.  Convidada do Quabales na ocasião, ela agora retribui convidando o projeto social do Nordeste de Amaralina para o show de amanhã. Além do grupo, estão confirmadas as participações de Marcelo Jeneci, Daniela Mercury e Jau. Sobre a curiosa participação de Jeneci, Margareth explica: “É o novo, o novo sempre vem. Sempre tive meu coração aberto para isso, sempre gostei de experimentar. Ele tem uma poesia linda, conheci quando ele tocava com o Chico César e agora estamos começando essa coisa de compor. Traz um frescor para mim, une gerações e é mais um parceiro”, diz. A apresentação não deixará de fora Faraó - ponto de partida para a carreira bem-sucedida da cantora - nem músicas mais recentes, como Coisa Milenar e Puro Mel da Fina Flor, já lançadas nas plataformas digitais.  Aliás, mais uma das metas de Margareth para este ano: se fazer mais ativa na internet. “Estamos buscando lançar músicas através desses canais, manter uma relação com os fãs nas redes sociais. Isso vem até um pouco tardiamente, já que a minha geração tinha um outro comportamento”, afirma. Tempo de mudança!

Confira parte do bate-papo de Margareth com o CORREIO:

Fala um pouco sobre os dois primeiros anúncios de participação em seu show: o Quabales e o Marcelo Jeneci. Acho que o Jeneci é o mais "inusitado"... É o novo, o novo sempre vem. Sempre tive meu coração aberto para isso, sempre gostei de experimentar. Ele tem uma poesia linda, conheci quando ele tocava com o Chico César e agora estamos começando essa coisa de compor. Traz um frescor para mim, une gerações e é mais um parceiro. Quabales é por tudo. Marivaldo eu conheço há muito tempo, encontrei ele nos EUA com o Stomp, depois conheci o trabalho dele com o Quabales. Teve o convite deles para eu participar do Rock in Rio, algo que estava almejando há muito tempo. O trabalho que o Quabales faz é superestrurado, as apresentações são fora de série, coisa elevada mesmo. Atravessaram as fronteiras do país. Bom pros jovens, exemplo de vitória. Não acho que é só música que faz isso, mas quando você qualifica uma geração, dá instrumento, ela vai muito além de onde a gente espera. É a juventude que faz o pais transformar. Quando a gente cerceia o jovem, isso fica comprometido. Isso eu falo a partir de mim mesma, das oportunidades que tive quando jovem e que transformarem a minha vida. Não é pela pobreza que a gente mede a capacidade intelectual. O Brasil falha muito nessa falta de investir no ser humano. Nunca fiquei parada esperando nada. Desde jovem vou à luta. Nunca abandonei minha família, mas nunca fiquei dependendo dela.

E quando você aproveita esses 30 anos para fazer uma retrospectiva, o que é que você vê? Vejo que quero continuar tocando, mostrando minhas composições. Nunca fui uma artista acomodada. Sempre estive trabalhando, mesmo que não estivesse cantando, tocando em rádio. A gente faz essa retrospectiva e é muito gratificante. Nunca tive nenhum momento de superprodução, de investimento financeiro alto. Continuo com a verve de acreditar e continuar a fazendo as minhas coisas. Eu tenho limite em relação às coisas, não é tudo que me proponho a cantar, a gravar, mas acho que tenho alguma assertividade.

O Mercado Iaô, um projeto concebido por você, movimentou bastante a Península de Itapagipe nos últimos verões. Ele continua? Por que não houve edições esse ano ainda? Quando criamos o Mercado Iaô, a ideia era criar um centro de economia criativa. Ter um ponto na Península de Itapagipe que mobilizasse a cidade de forma super positiva, levando gente de fora, da nova geração, empreendedores...E sempre foi assim, milhares de pessoas circulam por lá a cada edição. É difícil fazer uma coisa sem um apoio mais constante. E 2017 foi um ano difícil em questão de patrocínio. Também estamos pensando em modificar um pouco o projeto, tornar ele perene, e o apoio do governo e da prefeitura é importantíssimo - sobretudo no que esse projeto traz de benefícios para toda comunidade. Estamos nessa expectativa e segurando essa energia para tornar o Mercado Iaô algo mais regular mesmo. Também estamos querendo reformar o telhado do casarão...Tudo isso a serviço da cidade, da Península de Itapagipe, e do turismo da Bahia. A gente tem muito a oferecer.