Mark Zuckerberg anuncia a integração do WhatsApp com o Facebook Messenger

Caso prefira, usuário ainda poderá manter as duas contas separadas

Publicado em 6 de março de 2019 às 19:53

- Atualizado há um ano

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O presidente-executivo e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou nesta quarta-feira (6) a integração do Messenger e do WhatsApp como uma única plataforma para conversas. De acordo com o executivo, a novidade terá "foco em privacidade".

"Planejamos começar a permitir que você envie mensagens para seus contatos usando qualquer um dos nossos serviços e, em seguida, estenda essa interoperalidade ao SMS também. Quando penso no futuro da internet, acredito que uma plataforma de comunicações com foco em privacidade se tornará mais importante do que hoje as plataformas abertas de hoje", afirmou Zuckerberg. Executivo diz que usuário escolherá mandar mensagens em qualquer um dos apps (Foto: Josh Edelson / AFP) Em um grande texto com foco em privacidade – discurso já esperado diante do escrutínio que a empresa enfrenta de reguladores – Zuckerberg diz que o Facebook não tem uma "reputação forte" em construir serviços baseados em privacidade e que historicamente focou em "ferramentas mais abertas".

A troca de mensagens deverá ser a mais segura possível, com foco em interações privadas, criptografia, segurança, interoperabilidade e armazenamento seguro. Nesse último ponto, Zuckerberg diz que as pessoas têm expectativa de que a empresa não guarde dados sensíveis em países que atacam direitos humanos como privacidade e liberdade de expressão, o que pode ser um indicativo de que ele finalmente desistirá de entrar na China, que controla a internet dos cidadãos.

Há alguns anos, Zuckerberg quer levar o acesso ao Facebook aos cerca de 800 milhões de chineses conectados, mas sofre negativas do governo chinês, que não tem interesse na plataforma e prioriza o uso do WeChat, superapp que reúne uma série de serviços, de comunicações a transporte e alimentação.

A mudança leva o Facebook a um acesso cada vez maior às pessoas e surge um ano depois de seu maior escândalo de violação à privacidade e uso irregular de dados. Em março de 2018, denúncias mostraram que a consultoria política Cambridge Analytica, contratada pela campanha de Donald Trump, conseguiu direcionar propaganda a pessoas que não haviam autorizado o uso de suas informações para um aplicativo na plataforma.

Desde então, a empresa passou por uma série de casos relativos à segurança de dados pessoais e encara pressão de autoridades e da opinião pública. Apesar de quedas nas ações em 2018, a saúde financeira da companhia é estável e a plataforma atingiu novo recorde no número de usuários em seu último balanço, que chegou a R$ 2,53 bilhões por mês.