Martinho da Vila lança seu livro em Salvador durante Flipelô

Ainda tiveram programações na Casa do Benin, Galeria Solar Ferrão e feira na Praça da Sé

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 23:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO

Pelo terceiro ano seguido o Pelourinho abriu as portas para a literatura, arte e muita diversidade. A Flipelô 2019 reúne em todo o Centro Histórico programações culturais que integram, desde a feira de artesanato na Praça da Sé, até exposições artísticas e lançamentos de livros nos espaços espalhados no Pelô. 

Para Vitória Dias, de 20 anos, que trabalha como mediadora de leitura em uma biblioteca em Cajazeiras, o espírito literário trazido pelo festival a torna imperdível, e encanta ainda mais: “É uma festa internacional literária, e como a gente defende a leitura como um direito de todos, essa é uma festa que eu não poderia deixar de vim”. 

Segundo Ana Paula dos Santos, 29, o acontecimento da festa se torna ainda mais especial pela carência que Salvador tem de produtos culturais mais expostos para sociedade, enfatizando o lançamento dos livros. “É uma oportunidade para os autores locais poderem divulgar suas obras e os moradores e visitantes conhecerem esses artistas”, afirmou Ana. A feira de artesanato atriu centenas de pessoas para  a Praça da Sé (Foto: Betto Jr./CORREIO) Entre as programações, a Casa do Benin recebeu o bate-papo As Crianças Negras e a Literatura Infantil, que reuniu os escritores Cássia Valle, Marcos Cajé e Davi Nunes, discutindo as produções literárias negras e divergentes.

Chico Assis, curador das programações no Benin e gerente de equipamentos da fundação Gregório de Matos, a grande proposta do espaço durante o evento é “dialogar e valorizar as culturas negras, potencializando as relações entre a Bahia e o continente africano”.

Uma das principais figuras da casa é o fotógrafo Pierre Verger, responsável por reunir e trazer para Salvador diversas peças da Costa do Benin, na África, e que hoje estão expostas no casarão. Verger ainda foi lembrado nesta quinta-feira (8) durante o lançamento do livro Lendas Africanas dos Orixás, promovida pela fundação que leva seu nome. A obra revela um olhar de Pierre que vai além da fotografia, onde explora elementos da cultura popular baiana. A Casa do Benin reuniu materiais trazidos pelo fotógrafo Pierre Verger da África (Foto: Betto Jr./CORREIO) E entre os grandes nomes presentes durante a Flipelô, como Arnaldo Antunes, que se apresentou na abertura da feira na quarta-feira, está o cantor, compositor e escritor Martinho da Vila, que participou de uma mesa temática e lançou na noite da quinta (8) em Salvador seu livro As Crônicas de um Ano Atípico, no Teatro Sesc-Senac. “É importante participar dessa feira literária, porque é um evento de projeção nacional e internacional. É um lugar onde todo o escritor quer e deve chegar”, comentou o sambista. 

A mesa, batizada de Literatura que dá Samba?, que ainda teve a presença da também escritora carioca Helena Theodoro, dialoga com a proposta da obra de Martinho, que ressaltou a importância de acontecer no Pelourinho: Muito bom trazer essa temática para cá porque o samba tem origens negras, assim como o Pelourinho é um espaço negro e, agora muito festivo”.

Com muito bom humor, o músico brincou com um outro recorte que o livro traz, a comemoração do seu 80° aniversário: “Ninguém pensa em fazer 80 anos, só quando a gente faz que cai a ficha, quem diria”.