Matheus Tenório superou lesões e ganhou chance no profissional

Meia de 20 anos afirma estar tranquilo para estrear no Vitória

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Leticia Martins/EC Vitória

Nas categorias de base de qualquer time, a garotada está acostumada a viver com mudanças. O tempo passa e mudam os patamares da molecada em uma longa estrada que tem como objetivo o ingresso no time profissional. Sair da base e ser integrado ao time de cima pode ser a última etapa - também costuma ser a mais difícil.

Matheus Tenório está no Vitória há dois anos e em 2020 volta a ser integrado no meio de gente grande. Essa transição deveria ter acontecido antes, mas as lesões atrapalharam os planos do alagoano de 20 anos. No ano passado, o meia sofreu uma sequência de lesões graves que atrapalharam seus planos - e da comissão técnica que contava com ele. Primeiro, veio uma lesão muscular e logo após se recuperar ele teve uma fratura no quinto metatarso, o mesmo que ficou famoso graças a Neymar - craque da Seleção Brasileira que sofreu com a mesma contusão de forma recorrente.

Por conta disso, o meia jogou bem pouco em 2019. Além das três partidas na Copinha, também entrou em quatro duelos da campanha do pentacampeonato regional conquistado pelo sub-20 do Leão. Mas a base ficou para trás: agora Matheus Tenório é jogador profissional, com todo respaldo e expectativa de direção e comissão técnica do clube.

Matheus é um dos seis garotos que o Vitória promoveu ao time de cima neste início de temporada. O lateral Welisson, os zagueiros Carlos e John, além da dupla de  meio-campistas formada por Guilherme Rend e Maykon Douglas são as outras figurinhas da base que vão compor o álbum vermelho e preto neste ano.“Acho que ano passado fiquei mais ansioso que esse ano. Ansiedade, acho que todo atleta que sobe para o profissional tem. É o que a gente sempre sonhou, almejou. Quando chega a oportunidade, ficamos ansiosos, mas nada demais e que vá atrapalhar. Pessoalmente, medo de jogar não tenho. É ansiedade de realização e sonho”, disse Matheus, confiante.Segundo o censo demográfico de 2010, a população do município de Boca da Mata, em Alagoas, é de 25.776 habitantes. Ou seja, toda a população da cidade que fica a pouco mais de 80 km distante da capital Maceió cabe dentro do Barradão - casa do Vitória. Foi lá onde Tenório nasceu.

Salvador também tem a sua Boca da Mata, bairro que fica no miolo da capital baiana, na mesma região que o Santuário rubro-negro. Essas coincidências não enchem os olhos de Matheus, que está mais preocupado em mostrar serviço dentro de campo e conta com o apoio de jogadores mais experientes.

“Acho que é muito importante os mais experientes, que passam confiança. Nós que somos jovens da base temos talento, sabemos jogar, mas eles passando confiança, pessoas legais, boas de trabalhar. Ter eles no elenco é importante para a gente crescer. Eu gosto de ser ajudado. Eu dou total intimidade para os mais experientes chegarem, sou um menino que escuta bastante”, avaliou.

Estilo  Apesar de se mostrar um pouco arredio na hora de falar sobre suas características de jogo, Matheus Tenório sabe vender bem o seu peixe. Em entrevista coletiva que deu no Barradão na tarde da última quinta-feira (9), o atleta explicou que é um meia de bom passe e que gosta de experimentar chutes de longa distância.

Na base, ele atuava como um meia armador - daqueles clássicos e que gera tanta saudade no imaginário da torcida. Mas quem acompanha os treinamentos com bola comandados pelo auxiliar Bruno Pivetti pode perceber que o Vitória tem explorado bastante a velocidade dos pontas na construção ofensiva. Os extremos são apoiados por dois meias mais recuados e, por conta disso, o meia armador fica um pouco suprimido. Resumindo: se quiser um espaço entre os titulares, Matheus vai precisar se dedicar bastante à marcação. E ele não enxerga nenhum problema nisso.

O garoto admite que se acostumou a ter um pouco mais de liberdade dentro de campo e se preocupava um pouco menos com a marcação na base. Por outro lado, garante que já está se adaptando a fazer uma função mais comprometida com o setor defensivo.

“Tenho característica de marcação. Como joguei muito tempo de meia, acostuma um pouquinho. Mas eu estou me recuperando, me adaptando a marcar. Minha maior dificuldade era a marcação, mas já estou me adaptando”, garantiu Matheus.

O segredo, para Matheus, está em saber ler o jogo e exercer funções variadas dentro da partida. “Hoje já tenho maior obrigação de marcar, fazendo segundo volante, voltando para a meia. Não tem uma posição fixa, ou meia ou volante. Trocamos de posição e nos adequamos ao que o professor quer”, explicou em entrevista.

O time principal do Vitória estreia no dia 25 de janeiro, quando recebe o Fortaleza em jogo que marca a abertura da Copa do Nordeste. O confronto será uma oportunidade de revanche para o rubro-negro, que foi eliminado para o atual campeão do certame no ano passado. Um bom teste para clube e atleta, que desejam fazer de 2020 um ano de voltas por cima.

No dia seguinte, é a vez da estreia do time sub-23, que abre os trabalhos no Campeonato Baiano enfrentando o Jacobina, no Barradão.

*com supervisão do subeditor Miro Palma