Médico do Vitória sobre Carlos Eduardo: 'Pode estourar o joelho a qualquer momento'

Gilson Meirelles manda áudio para um conselheiro via WhatsApp sobre meia recém-contratado, mas conteúdo vaza. Médico se explica: 'Ele tem condições de jogar futebol, mas eu não contrataria'

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  • Fernanda Varela

Publicado em 27 de junho de 2017 às 14:54

- Atualizado há um ano

Um áudio vazado nesta terça-feira (27) movimentou o dia de folga do elenco do Vitória. Na mensagem gravada em um grupo do WhatsApp, o diretor médico do clube, Gilson Meirelles, fala sobre o recém-contratado Carlos Eduardo e afirma que não traria o meia, já que "pode estourar o joelho a qualquer momento". No meio da confusão, Carlos Eduardo treina na Toca para entrar em forma (Foto: Maurícia da Matta/EC Vitória)No áudio, o médico diz: "A perícia médica é a fotografia do momento. Realmente, nos testes físicos que a gente submeteu ele, que são protocolos preconizados pela CBF, ele não apresentou nenhuma limitação, não tem nenhuma restrição para atividade em campo. Agora tem o risco aumentado. Quando você classifica como inapto você está tachando ele como inativo e incapaz para atividade de campo. Se ele quiser e assim for desejo técnico de ele jogar daqui a uma semana, dez dias, ele teria condições. Só que eu como falei, a ressalva: ele pode estourar o joelho a qualquer momento numa probabilidade maior do que um jogador comum. Eu também não traria. Mas se é assim o fluxo, e o risco Petkovic, a diretoria de futebol e o presidente querem assumir, o problema é deles. Eu não traria. Eu não poderia superestimar ou falsear uma perícia. E ainda assim, como mesmo você falou, entre a gente. Entre a gente é o Gilson médico também, eu não posso mentir e calar minha própria consciência. Mesmo meu coração, meu sentimento desejar por outro atleta. Seria leviano da minha parte dizer que o atleta é bichado, como não é. Wilson (Vasconcelos, médico) fez os testes, Wilson, que é cirurgião de joelho, disse: 'velho, tá safo aqui', falei com ele de novo e disse: 'tá safo, velho. Vai jogar'. Agora vai ser o Cleiton Xavier 2, acho que não vai render. Vai jogar, mas não vai produzir muita coisa. Como é Cleiton Xavier, não frequenta o DM (departamento médico), mas não rende", falou Meirelles para um interlocutor que ele chama de Paulinho.

Em contato com o CORREIO, Meirelles esclareceu a polêmica. "Isso foi um áudio informal para alguns poucos conselheiros, que estavam receosos, me perguntando sobre a contratação do atleta. Eu, como médico, expliquei que ele está apto. O que cabe a mim, como médico, é o fluxograma. É avaliar se o jogador tem condições de jogar futebol, e ele tem. Eu, pessoalmente, não contrataria o atleta por uma preferência minha. Eu, como torcedor. Eu tenho o direito de preferir A ou B. Mas, como médico, tranquilizo e adianto que o atleta não vai dar trabalho ao departamento médico. Nos últimos 12 meses ele não tem histórico de DM. O que eu falei em relação ao joelho é que, como ele tem uma história pregressa de cirurgia, isso o coloca em uma propensão maior de ter uma reincidência da lesão, o que, de forma alguma, o incapacita, o impede da prática do desporto. Não quer dizer que ele está 'bichado' ou incapacitado", defende-se.

Carlos Eduardo é meia e chegou ao Vitória há uma semana, com contrato até dezembro de 2018. Ele tem 29 anos e, em janeiro de 2012, passou por uma cirurgia no joelho para tratar uma tendinite crônica. O último clube do jogador foi o Atlético-MG.

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