Melhor James Bond, Daniel Craig se despede da franquia 007

O empolgante 007 - Sem Tempo Para Morrer é o 25º filme da franquia e o quinto com o ator que melhor interpretou o famoso espião

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  • Doris Miranda

Publicado em 30 de setembro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação
Sean Connery em 007 Contra Goldfinger (Guy Hamilton/1964), considerado o primeiro sucesso da franquia; Connery fez seis filmes da série por divulgação

Daniel Craig ou Sean Connery, qual dos dois vai ficar na memória dos fãs como o melhor 007? As bilheterias, certamente, levam a crer que o primeiro é 'o' James Bond. Não foi à toa, afinal, que Operação Skyfall, o terceiro de Craig na série, faturou sozinho mais de um bilhão de dólares - cifra nunca atingida por um filme do personagem criado por Ian Fleming.

A questão é que, depois de 15 anos como o espião que aprendemos a amar, Daniel Craig encerra sua participação na franquia com o empolgante (e bastante longo) 007 - Sem Tempo Para Morrer, que estreia nesta quinta (30) nos cinemas.

De Cassino Royale (2006) para cá, o agente do MI6 foi modernizando o perfil, mostrando uma faceta mais intimista, com direito a um grande amor perdido, e habilidade para espetaculares sequências de ação. O conforto está ligado à liberdade criativa de Craig, que, mesmo salvando o mundo de vilões terríveis, encontrou brechas para mostrar ao público que 007 pode, sim, ser mais humano. Errar, sofrer, amar. Contornos definidos, o ator de 53 anos entrega em Sem Tempo Para Morrer um James Bond maduro, habilmente costurado ao ciclo do seu intérprete.

Veja o trailer:

A despedida deveria ter acontecido quase um ano atrás. Mas, por causa da pandemia de covid-19, o filme dirigido por Cary Joji Fkunaga (Beasts of No Nation/2015) precisou ser adiado algumas vezes. O longa metragem de 163 minutos de duração que se assiste agora é o mesmo que foi finalizado naquela época. "Minha missão era pegar os quatro filmes anteriores com Daniel Craig e tentar encontrar um capítulo final satisfatório e empolgante", diz o diretor, que usou o tom intenso (e emotivo) de Cassino Royale como ponto de partida. 

"Se fosse um livro, aquele seria o primeiro capítulo e esse seria o capítulo final. Imagino as pessoas fechando o livro e pensando que foi uma leitura agradável", resume. O apreço do diretor pela literatura funcionou como uma espécie de guia para compor o quinto e último filme de Craig no personagem.

“Eu não acho que ele mudou a franquia, acho que ele voltou às origens literárias dela. Se você ler os livros de Ian Fleming, percebe que há uma história por trás do personagem, ele não saiu simplesmente de uma academia de espiões”, opina. 

Ouça a trilha de 007 - Sem Tempo para Morrer, com Billie Eilish:

Na nova trama, James Bond está aposentado na Jamaica e é recrutado novamente pelo MI6 para ajudar a agente Nomi (Lashana Lynch), que assume o lugar do 007 enquanto ele esteve afastado, a encontrar um vilão que se apossa de uma tecnologia capaz de matar milhares de pessoas. Na pele deste novo inimigo surge o oscarizado Remi Malek (Bohemian Rhapsody), que tem ligação com o Blofeld (Christopher Waltz) do anterior 007 Contra Spectre.

Houve quem, por causa da agente interpretada por Lashana Lynch, achasse que seria uma mulher a próxima espiã. Mas, tudo indica que 007 continua sendo homem - embora não precise mais ser branco. A produtora Barbara Broccoli já anunciou que as buscas pela nova identidade do espião começam no ano que vem. Entre os nomes ventilados, há o cotadíssimo Idris Elba, opção bastante disruptiva para uma franquia que há seis décadas tem um rosto mais ou menos parecido.

"Qualquer pessoa pode assumir o papel, mas o que eu acho é que deveria haver papéis melhores para mulheres, para pessoas não brancas. Precisamos de roteiristas escrevendo para essas pessoas, criando personagens tão bons quanto James Bond. Nós precisamos de mais diversidade nessa indústria”, pondera Craig.

Veja na galeria quem foi James Bond no cinema, antes de Daniel Craig:

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