Menina achada em árvore foi estuprada antes de ser morta, diz laudo

Garoto de 12 anos confessou que matou menina Raíssa e está internado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 13:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

A menina Raíssa Eloá Capareli Dandona, 9 anos, achada morta em uma árvore em São Paulo, foi estuprada antes de ser assassinada, segundo o laudo policial. A informação é do jornal Agora, que teve acesso ao documento. Um garoto de 12 anos está internado acusado pelo crime, que confessou.

De acordo com o laudo, feito pela Polícia Científica e pelo Instituto Médico Legal, Raíssa morreu por conta de asfixia mecânica, por obstrução das vias respiratórias, enforcamento e sufocação direta - a garota teve o pescoço pressionado e morreu por conta disso. 

A perícia encontrou semên na criança. Houve conclusão ainda de que um objeto foi introduzido na garota. O laudo mostra também que o corpo tinha lesões espalhadas causadas por um objeto contundente, resultado de espancamento "aplicado à vítima nos momentos que antecederam a morte".

Foram encontradas também lesões típicas de defesa, o que indica que Raíssa tentou se defender. Os resultados de exames que podem identificar quem abusou sexualmente de Raíssa ainda são aguardados.

Crime Raíssa estava com a mãe e um irmão em uma festa no Centro de Educação Unificada (CEU) em Anhaguera. Quando a mãe foi comprar pipoca, a garota ficou rapidamente só e acabou desaparecendo. O corpo foi achado cerca de um ahora depois, amarrado em uma árvore em área restrita no parque Anhaguera. (Foto: Reprodução) Imanges de uma câmera de segurança mostraram Raíssa passando de mãos dadas com o garoto de 12 anos, que morava na mesma rua que ela, pouco antes do crime. O menor foi quem chamou a Guarda Municipal depois de achar o corpo, mas depois confessou à polícia ser o responsável pela morte de Raíssa.

O delegado Luiz Eduardo Marturano disse na ocasião que as duas crianças estavam brincando quando o garoto começou a agredir Raíssa com socos.  "Depois ele disse que a empurrou para uma árvore, a amarrou (no pescoço) e a agrediu novamente", explicou. Ainda consciente, já amarrada, ela voltou a ser agredida com um pedaço de madeira. Depois, foi asfixiada e enforcada. 

O garoto chegou a falar em depoimento que havia um homem envolvido no crime, identificado como Baiano, mas depois voltou atrás. Não há confirmação de que outra pessoa participou.

'Ela confiava nele' Rosevânia Caparelli Rodrigues, mãe de Raíssa, falou sobre o crime. Ela diz que o suspeito de matar sua filha, um garoto de 12 anos, era alguém de confiança da criança e que sempre foi dócil no convívio com a menina. 

A mãe contou que pediu que Raíssa esperasse enquanto ela ia buscar pipoca para o filho caçula. A família participava de uma festa infantil no CEU Anhaguera.  "Raíssa, não sai de perto da mamãe que a mamãe não gosta'. Se ela saísse ela se perdia, não sabia voltar", diz. Ela conta que a filha concordou e afirmou que ficaria brincando no pula pula "com ele" - o garoto que confessou que matou a menina. Mãe falou sobre crime (Foto: Reprodução) Quando retornou, Rosevânia não encontrou mais a filha onde a tinha deixado. "Comecei a rodar o parque inteiro, os brinquedos, chamei as meninas que estavam lá... Nada. Anunciei no palco. Nada. Aí avisei os policiais no CEU. Tudo procurando. Nada", relembra. O corpo de Raíssa foi achado cerca de duas horas depois pendurado em uma árvore no Parque Anhaguera. O próprio suspeito chamou a Guarda Municipal, afirmando que se deparou com o corpo ao tentar encurtar o caminho passando por uma área restrita a funcionários.

Foi a  mãe do suspeito, no final da tarde, quem contou a Rosevânia que tinham achado um corpo. As famílias moram na mesma rua. "A mãe dele falou assim, com tranquilidade: 'O meu filho falou que encontraram uma menina na árvore'. Aí eu já deduzi que era minha filha, porque estava de macacãozinho rosa", relembra, emocionada.

O menino e as irmãs costumavam brincar com Raíssa, diz a mãe. Ela conta que ele nunca teve comportamento agressivo. "Ele só falava de Deus. Falava que lia a Bíblia", diz, relembrando que o levou uma vez à igreja. "Eu vou na igreja com meu sobrinho, levei ele para conhecer a igreja. Ele falou que gostou, mas não voltou mais".

O garoto sabia que Raíssa tinha autismo. "Ele falava para todo mundo", afirma Rosevânia. "Por isso que eu ficava tranquila, era uma amizade... Que a minha menina era muito rígida, ela não ia com ninguém. Só se ela tivesse um vínculo", lembra. 

"Ela estava tranquila. Confiava nele", diz Rosevânia, falando do vídeo que mostra Raíssa caminhando de mão dadas com o garoto. As imagens ajudaram na investigação policial.