Menina de Cachoeira 'viajou o mundo' pedindo bonecas a chefes de Estado

História aconteceu nos anos 1960 e vai virar filme

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  • Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Quem gosta de ouvir sobre histórias de busca por sonhos e se inspirar com esses causos. precisa ficar atento para o curta "Sonho de Boneca", que vai iniciar suas gravações no final deste mês de novembro entre Salvador e Cachoeira. 

O roteiro é baseado em uma história real, que aconteceu no Recôncavo Baiano durante os anos 1960: a pequena Sônia, cachoeirense de nascença e criação, queria conhecer o mundo mas sua famílianão tinha condições de realizar esse desejo da garota. Para contornar a barreira financeira, ela escreveu cartas para diversos chefes de Estado ao redor do mundo pedindo uma boneca que representasse o seu país.

O pedido despretensioso e cheio de vontade foi mandado para 114 líderes. Após alguns meses, o carteiro bateu à porta da menina com uma boneca vinda da China Formosa, atual Taiwan. O tempo foi passando e a coleção aumentava: após alguns poucos anos e 70 bonequinhas foram enviadas para Sônia - que realizou o seu sonho de conhecer o mundo sem sair de Cachoeira.

Diretora do filme, Rada Rezedá contou ao CORREIO que o projeto nasceu após uma de suas alunas no curso de cinema e TV, Vitória Lobo, na época com 9 anos, contar a história de sua avó, Sônia Lobo. Mais à frente ela conheceu a própria Sônia, que cresceu e virou delegada em sua cidade.

"Sonho de Boneca é um filme que nos mostra que sonhos não podem ser engavetados. A gente está precisando de histórias assim, que inspirem, que mostrem coisas boas no meio de tanta coisa ruim que vivemos", disse.

O lançamento do filme só deve acontecer em 2021, após todo o processo de gravação, edição e montagem ser finalizado. Todo o roteiro foi realizado durante a pandemia, com Rada e Manoela Lobo, que é filha de Sônia, fazendo reuniões por videoconferências e se alinhando dessa maneira. A ideia, após o lançamento, é exibir o curta em festivais de cinema brasileiros e europeus. E, segundo Rada, também existe a expectativa de fazer um longa.