Menina morta após ser atingida por caixa de som brincava na hora do acidente

Tragédia ocorreu durante 'festa paredão' na Engomadeira; corpo foi sepultado

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  • Gil Santos

Publicado em 18 de março de 2019 às 17:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Acervo Pessoal

Menina estava brincando quando o acidente aconteceu (Foto: Acervo da família) Com flores brancas e amarelas, familiares e amigos da pequena Damile Vitória dos Santos Veiga, 7 anos, deram adeus à menina na tarde desta segunda-feira (18). Ela morreu nesta madrugada depois de ser atingida, nas costas, por uma caixa de som em uma festa, no bairro da Engomadeira, em Salvador.

O caixão branco deixou a capela 4 do Cemitério do Campo Santo, na Federação, às 16h26. Emocionada, a mãe da menina precisou ser amparada por duas pessoas. O cortejo seguiu em silêncio até a quadra L, onde o corpo foi sepultado.“Ela era uma criança normal, que gostava de brincar e correr, como todas as outras. Ela era uma menina muito querida lá na rua. Todo mundo gostava dela. A gente ainda está tentando aceitar o que aconteceu”, contou uma vizinha da família, que pediu para não ser identificada.Damile estava em uma festa com a mãe, Érica Bispo dos Santos, quando foi atingida por uma caixa de som. O acidente aconteceu por volta das 20h40 de domingo (17). Segundo a polícia, o equipamento estava na parte traseira de um carro, na Rua Nova Bahia, no Final de Linha, e caiu sobre a menina enquanto ela brincava com outras crianças.

No Instituto Médico Legal (IML), o pai da menina, o garçom Alexsandro Baltazar, foi quem fez a liberação do corpo na manhã desta segunda. Ele estava separado de Érica há quatro anos e há três meses que não via a menina, única filha dos dois.

“Tinha deixado o trabalho e fui para um bar no Garcia. Meu coração estava apertado, sem saber direito o que era. Quando recebi a ligação do marido de minha ex-mulher, meu coração disparou ainda mais. Sabia que algo de bom não era”, disse.

Ainda de acordo com o pai, a filha estava com outras três crianças próximas às duas caixas de som quando um dos equipamentos caiu.“O marido de minha ex-mulher disse que as outras crianças estavam de frente e viram quando uma das caixas começou a inclinar para cair e correram. Minha filha estava de costas, quando se virou, ainda pôs as mãos para se proteger, mas não adiantou. As caixas estavam uma sobre a outra. Eram duas e estavam soltas”, contou ele, sem dar mais detalhes.Uma amiga da família, tida como tia, disse ao CORREIO que Érica tinha o hábito de levar a filha para algumas festas. “Sempre levava a menina para onde ia, inclusive para paredão. A criança passou o Carnaval comigo. Na Quarta-feira de Cinzas, a mãe pediu a criança, mas eu disse que era melhor a menina ficar comigo”, contou a tia, que preferiu não revelar o nome.

Ainda de acordo com ela, por volta das 14h deste domingo, Érica esteve na casa dela, na Cidade Baixa, e pegou a criança. Elas foram até o Vale das Pedrinhas, onde a família mora, depois seguiram para um aniversário na Ribeira, e, por fim, para a Engomadeira.

Após o acidente, a garota foi socorrida para o Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula. De acordo com informações registradas no boletim de ocorrência do posto da Polícia Civil da unidade de saúde, a criança chegou desacordada, dando entrada na emergência. Posteriormente, ela foi transferida para a ala cirúrgica. A equipe médica constatou a morte da paciente por volta das 0h20 desta segunda.

Em nota, a Polícia Militar informou que policiais da 23ª Companhia Independente da PM (CIPM/Tancredo Neves) realizavam rondas na noite de domingo na Engomadeira e foram informados de que uma criança havia sido atingida de forma acidental por uma caixa de som no largo do bairro, durante uma festa. Segundo a corporação, ela foi socorrida por populares para o hospital.

A Polícia Civil informou que a 11ª Delegacia (Tancredo Neves) vai investigar as circunstâncias da morte de Damile.