Também é mantido no perfil uma reclamação sobre a decisão da TV Globo de usar pronome neutro nas novelas, em respeito a pessoas que preferem não se identificar a um gênero específico, além de uma crítica a uma placa na frente de um banheiro que menciona a identidade de gênero.
Na última terça-feira (26), Maurício Souza veio a público se retratar sobre as postagens, pouco depois de ser afastado pelo Minas Tênis Clube. Inicialmente, o jogador pediu desculpas em seu perfil no Twitter, no qual tinha menos de 50 seguidores no momento da publicação.
"Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do Clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou vindo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi, esta não foi minha intenção", afirmou. "Tenho refletindo muito e reitero minhas desculpas pelo posicionamento", prosseguiu.
O post foi republicado pelo perfil oficial do Minas, que tem quase 50 mil seguidores. O clube reiterou sua mensagem: "O Minas Tênis Clube reforça que não aceita e não aceitará manifestações intolerantes, racistas, preconceituosas e homofóbicas, e que intensificará campanhas internas em prol da diversidade, respeito e união, por serem causas importantes e alinhadas com os valores institucionais".
Nesta quarta-feira (27), o jogador usou o Instagram, onde teceu os comentários homofóbicos, e pediu desculpas por "defender o que acredita".
O afastamento de Maurício aconteceu após pressão dos dois principais patrocinadores da equipe de vôlei masculino do Minas, a montadora Fiat e a produtora de aço Gerdau.
Colegas criticam jogador
Três jogadores que atuam com Maurício no Minas vieram a público criticar os comentários homofóbicos do central. O líbero Maique, o levantador William e o ponteiro Henrique Honorato usaram suas redes sociais para se posicionar contra as opiniões do colega.
Segundo o Uol, William, que é capitão do time, apresentou uma carta à diretoria do clube, em defesa à "liberdade de expressão" de Maurício, e que, caso ele fosse demitido, todos também sairiam da equipe. O documento teria sido assinado por todo o elenco. Ele, porém, negou ter criado o movimento.
"Essa carta não foi escrita ou assinada por mim, trata-se de uma noticia falsa veiculada indevidamente. Não compactuo com o posicionamento do Maurício Souza, sou contrário à [sic] manifestações preconceituosos, homofóbicas ou racistas. Construí minha carreira nesses trinta anos com muita disciplina e suor, sempre respeitando as diferenças. Nunca me envolvi em polêmicas, por preservar meus filhos e minha família, que é o bem mais precioso que conquistei", escreveu o campeão olímpico na Rio 2016 junto com Maurício Souza.
Maique e Henrique Honorato também negaram ter assinado a carta.
"Calma gente. Eu não assinei nada! E isso não me inclui. E continuo lutando pelos meus direitos e de nossa comunidade e de todo e qualquer tipo de preconceito. Isso que estão espalhando de eu apoiar algo é fake. E claro tem coisas que não compactuo e não aceito. E isso quem deve resolver é clube e não diz respeito a mim! E já deixei claro minha posição sobre. Agora eles que se entendam", escreveu Maíque.
"Está aqui meu posicionamento, em relação ao clube e nosso companheiro de equipe, isso é algo que eles tem que resolver. Não há nada que eu possa fazer. E passar o pano também não vou porque é algo grave! Homofobia não é opinião", completou o jogador, em sua conta no Instagram.
"Eu, Henrique Honorato, atleta do Fiat Gerdau Minas, não compactuo com homofobia ou qualquer tipo de preconceito, acredito na igualdade e venho a público dizer que não assinei nenhuma carta", publicou.