Mesmo sem herói, Venom promete divertir o público

Filme baseado no vilão da Marvel tem Tom Hardy no papel principal

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  • Roberto Midlej

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: divulgação

Ele surgiu nas histórias do Homem-Aranha e era somente um traje de substituição usado por Peter Parker para se transformar no herói. Mas, ao saber das propriedades “malignas” daquela roupa, Peter preferiu dispensá-la. Agora, Venom ganhou um filme próprio, cujo título leva apenas seu nome.

No longa-metragem de Ruben Fleischer (Zumbilândia/2009), a relação entre Venom e Homem-Aranha não fica clara e isso talvez incomode os fãs, uma vez que aqui o personagem tem outra origem. No filme, há uma espécie de parasita alienígena que se apodera do corpo do jornalista Eddie Brock, transformando-o, durante alguns surtos, num monstro violentíssimo e muito poderoso. Um detalhe: essa transformação é involuntária. Portanto, quando menos espera, Eddie sai destruindo tudo em sua frente. Os parasitas (ou simbiontes, como são chamados no filme) chegaram à Terra graças ao vilão Carlton Drake (Riz Ahmed), que deseja realizar com eles algumas experiências que - como sempre em Hollywood- lhe darão dinheiro e poder.

Mas, mesmo com o maniqueísmo que inevitavelmente marca os filmes de heróis (ou, nesse caso, de um vilão), Venom tem suas virtudes. A começar por Tom Hardy (Mad Max/2015), que vive dois personagens ao mesmo tempo e se sai muito bem, ao contrário dos comentários maldosos da internet, que o comparavam a Jim Carrey em O Mentiroso. Hardy revela uma capacidade impressionante de alternar rapidamente de personagem. 

O filme, no entanto, exagera um tantinho na graça, como tem ocorrido com muitas produções de heróis. E isso pode, sim, “quebrar o clima”. Em outros momentos, o longa chega a ser assustador, tanto que a classificação indicativa é 14 anos. O tom cômico, portanto, soa desnecessário. Venom é, reconhecidamente, um vilão muito violento e dispensa piadinhas.

As cenas de batalha funcionam bem e têm a duração certa, sem se prolongar indefinidamente, ao contrário do que tem ocorrido em muitos blockbusters. Mas o diretor Ruben Fleischer tem outro mérito: introduz as questões dramáticas com habilidade e vai além de um mero filme de ação. 

Há margem para discussões sobre ética (nada profundo), além de uma história de amor que funciona bem. Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar) é a noiva de Eddie, Anne, que presta serviço a Carlton Drake.

E tem as cenas pós-créditos, que já viraram lugar-comum e perderam o tom de surpresa. A primeira é uma participação de Woody Harrelson como Cletus Kasady/Carnage. Em seguida, vem o teaser da animação Spider-Man: Into the Spider-Verse, que chega aos cinemas no final do ano.

Cotação: BOM