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Camisa 10 parou na marcação e, assim como CR7, não brilhou em Salvador
Vitor Villar
Publicado em 15 de junho de 2019 às 22:40
- Atualizado há um ano
O primeiro toque na bola de Lionel Messi na Fonte Nova foi errado: um passe equivocado que parou nos pés de um adversário. Naquele minuto inicial de jogo, quem estava na arquibancada – argentino, brasileiro ou colombiano – certamente pensou: 'Nada demais, daqui a pouco ele acerta'.
Que nada. Nos minutos seguintes o camisa 10 continuou errando. Erro, erro, erro. E assim, aos poucos, risco a risco, a breve história de Lionel Messi na arena dos baianos foi se desenhando de maneira bem parecida à do seu eterno rival pelo posto de melhor do mundo, Cristiano Ronaldo.
Sim. Assim como há cinco anos, quando por aqui jogou Cristiano Ronaldo em Portugal x Alemanha, a Fonte Nova não deu sorte aos maiores gênios do futebol dessa geração.
Saíram, ambos, derrotados. A Argentina estreou na Copa América perdendo de 2x0 para a Colômbia na Fonte Nova neste sábado (15). E CR7 tomou um 4x0 no Mundial de 2014.
Voltemos a 2019. O 'erro, erro, erro' depende muito do ponto de vista. A maioria dos presentes à Fonte Nova enxergou de outra maneira: 'acerto, acerto, acerto'. Lionel Messi jogou em ambiente inóspito, dentro e fora da 'cancha'.
Em campo, Wilmar Barrios e Mateus Uribe se revezavam na marcação do camisa 10. Quando passava por estes volantes, outra dupla – os zagueiros Yarry Mina e Davinson Sánchez – apareciam. Se caísse pelos lados, encarava Stefan Medina, na direita, e William Tesillo, na esquerda, inspirados.
Nas arquibancadas da Fonte Nova a maioria era colombiana. O amarelo da camisa da 'tricolor' era bem mais proeminente que o branco e o celeste da Argentina. A Colômbia jogava em casa. E estes 'hinchas' fizeram toda a diferença. A cada erro do gênio, a cada desarme bem feito sobre ele, a vibração do estádio.
Mas, convenhamos, não era qualquer um que estava ali. Era Lionel Messi, caramba! E por isso o mais colombiano dos colombianos deu aquela levantada quando o camisa 10 se posicionou para cobrar um escanteio. Claro: registrar no celular o craque ali, tão pertinho, era uma chance imperdível.
Messi teve duas chances de ouro, ambas na segunda etapa. Aos 9 minutos arrancou bem ao seu estilo em direção ao gol, passando a bola entre as pernas de Sánchez, mas parou em Barrios, que chegou rasgando para afastar o perigo.
A melhor foi aos 20 – essa imperdoável. Aguero cruzou na área, Otamendi cabeceou e Ospina pegou. No rebote ela subiu numa medida certa: 169 centímetros do chão, a altura de Messi. O camisa 10 testou para fora, raspando a trave.
Esses dois lances foram tudo o que Messi produziu na Fonte Nova. Algumas faltas cobradas aqui e acolá a mais ou a menos, dá para concluir: foi bem pouco.
Assim, Messi deu o pontapé para a sua quinta Copa América da carreira. Em três das quatro anteriores o gênio acabou com o vice-campeonato: 2007, 2015 e 2016. Por conta disso, ele chega aos 31 anos sem nunca ter conquistado um título pela Argentina.
Veremos o que a Copa América 2019, no Brasil, dirá. Na quarta-feira (19) o gênio jogará no Mineirão, diante do Paraguai. Por enquanto, não volta para a Fonte Nova.