Metrô de SP: 2 trabalhadores foram socorridos por contato com água

Rodízio foi suspenso após acidente em obras

Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 13:20

- Atualizado há 10 meses

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O desmoronamento foi registrado nas obras da Linha-6 Laranja do Metrô paulistano na manhã desta terça-feira, 1, não deixou vítimas. Segundo o Corpo dos Bombeiros, não houve vítimas - dois trabalhadores da obra foram socorridos após ter contato com a água que verteu no local. O desmoronamento fez ceder parte do asfalto da Marginal do Tietê. O acidente fez com que as faixas da Marginal, no sentido Ayrton Senna, fossem interditadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) nas imediações da Ponte do Piqueri, na zona oeste da capital paulista.

Segundo o porta-voz do Corpo dos Bombeiros, capitão André Elias, a hipótese é de que o acidente ocorreu após um choque do Tatuzão (máquina de grande porte usada na escavação), mas ainda não sabe se foi atingida uma adutora ou se a água vem do leito do rio.

"A informação que nós temos é de que realmente essa máquina teria atingido alguma coisa, mas não cabe ao Corpo de Bombeiros saber realmente o que foi. Cabe à empresa que fez a obra e a toda a parte de engenharia do Metrô dar provimentos a isso", disse ele em entrevista à GloboNews.

"O que temos, do local, é de que pode ter sido o leito do rio ou de transporte de fluidos. Essa informação não temos". Todos os funcionários que estavam no local conseguiram sair após o vazamento. Dois trabalhadores, que tiveram contato com a água suja que invadiu o túnel, foram socorridos. Mergulhares chegaram a ser acionados para localizar possíveis vítimas.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) e a construtora Acciona ainda não confirmaram a informação do rompimento de tubulação.

A STM informou, em nota, que "as causas do acidente serão apuradas, assim como a extensão dos danos à obra e às vias locais", disse, em nota.

Rodízio A CET informou que as pistas da Marginal no sentido da Ayrton Senna permanecem interditadas. Há uma canalização controlada em duas faixas da pista expressa para que os veículos atravessem o ponto da obra com segurança. Agentes de campo da companhia estão no local orientando os condutores. A CET pediu que os motoristas evitem a Marginal Tietê e as vias da região. Em razão da ocorrência, o rodízio municipal de veículos está suspenso nesta terça-feira, tanto o do período da manhã quanto o da tarde/noite

Tatuzão O Tatuzão, equipamento de perfuração de túneis, operava no local do acidente desde 16 de dezembro. A tuneladora, nome técnico do equipamento, começou a escavação em um evento que contou com a presença do governador João Doria (PSDB). Ele partiu do VSE Tietê (poço de ventilação e saída de emergência) e chegaria até um outro VSE na Avenida Senador Felício dos Santos, no centro da cidade.

O equipamento percorreria dez quilômetros nos próximos meses entre as estações Santa Marina e São Joaquim. Pesando 2 mil toneladas, cada Tatuzão possui diâmetro de 10,61 metros e extensão de 109 metros, de acordo com especificações da empresa responsável pela obra. Sua capacidade de perfuração é de aproximadamente 12 a 15 metros por dia.

Para a sua operação são necessárias aproximadamente 50 pessoas, divididas em três turnos de trabalho, informou a Acciona. A máquina possui refeitório, cabine de enfermagem, esteira rolante para a retirada do material escavado, além de cabine de comando e equipamentos auxiliares.

A Linha 6-Laranja do Metrô tem a previsão de interligar o bairro da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na região central da capital. A obra tem 15 quilômetros de estação e previsão de construção de 15 estações. A previsão do governo do Estado é que a linha, quando estiver pronta, deverá transportar 630 mil passageiros por dia.

Paradas por quatro anos, desde setembro de 2016, as obras foram reiniciadas em outubro de 2020. O contrato da implantação, manutenção e operação da linha foi comprado pela empresa espanhola Acciona em 2019. Antes ele era do consórcio Move São Paulo (formado pela Odebrecht TransPort, a Queiroz Galvão e a UTC Engenharia).

Embora o contrato do consórcio anterior tenha sido assinado em 2013, as obras foram iniciadas apenas em abril de 2015 e paralisadas no ano seguinte. Em 2008, o Estado chegou a noticiar que a linha começaria a operar de forma parcial em 2012 e integralmente três anos depois.