Meu filho não sai do Youtube: e agora?

Escola promove rodas de conversas com os pais e discutem também o bombardeio da publicidade infantil nos canais de internet

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  • Priscila Natividade

Publicado em 1 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: EBC

Não é só mais a televisão que bombardeia as crianças de publicidade. Os canais de internet também fazem isso - e muito bem - principalmente nos perfis de Youtube. Aqueles 30 segundos de uma propaganda no intervalo do desenho animado favorito agora vem em forma de longos vídeos que quase sempre começam com crianças (e até mesmo adultos) empolgadas com caixas e mais caixas de presentes. 

E aí, como lidar? Muitos pais têm feito esta pergunta, na tentativa de conter os apelos de consumo ao qual os filhos estão expostos nestes canais. Esta pelo menos foi uma preocupação que os pais do Colégio Lua Nova, localizado na Pituba, levaram para a direção da instituição. 

“A dependência da tecnologia é uma preocupação constante trazida pelos pais e essa questão do consumo tem que ser discutida associada a esta questão maior. Fazer a criança pensar no que ela tem, o que precisa e as consequências deste consumo”, afirma a diretora pedagógica da Lua Nova, Walkyria Freire. 

A escola passou a promover rodas de conversas sobre a relação das crianças com o Youtube. Os encontros acontecem a cada dois meses, em média. “A gente tem uma filosofia que tenta trazer para os pais estas questões. Não é negar a tecnologia, mas garantir outras referências de valores que não sejam só essa”.

Para a planejadora financeira da Academia de Planejamento Financeiro GFAI, Celia Badari, os pais precisam estabelecer limites. “É fundamental vigiar o acesso a estes conteúdos e saber dizer não. Na ilusão gerada pelo produto anunciado, a criança realmente acredita que aquilo vai trazer felicidade. Isso pode estimular o consumismo exacerbado, gerar frustração e prejuízo financeiro”. 

Os pais também devem dar o exemplo. “É muito importante que os pais sejam estes exemplos e adotem práticas de consumo consciente para que não haja conflitos familiares associados a estes desejos de consumo”, pontua a especialista.