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'Meu foco está no campo', diz Ricardo David


 

Presidente do Vitória concede entrevista exclusiva ao CORREIO; ouça o Bate-Pronto Podcast

  • Vitor Villar

Publicado em 17/01/2019 às 05:00:00
Atualizado em 19/04/2023 às 08:45:07
. Crédito: Evandro Veiga/CORREIO

Não foi o 2018 que Ricardo David, empresário e engenheiro eletricista de 57 anos, esperava que fosse. Em seu primeiro ano como presidente do Vitória, o clube não conquistou títulos no profissional, se envolveu numa confusão com repercussão internacional no primeiro Ba-Vi do ano e acabou rebaixado à Série B no final da temporada. Neste início de 2019, David precisa lidar com um orçamento menor e a pressão da torcida pela subida do Leão para a Série A. O dirigente rubro-negro recebeu o CORREIO em sua sala na Toca do Leão para um bate-papo. O conteúdo na íntegra está no Bate-Pronto Podcast. Confira uma prévia a seguir:CORREIO: Analisando 2018, onde você acha que sua gestão deixou mais a desejar? Ricardo David: No início do ano, tínhamos que fazer contratações, mas recebemos o clube com dívidas para pagar em curto prazo e com R$ 1 milhão negativo no banco. Ou seja, não havia dinheiro para contratar. Ao mesmo tempo, começamos o ano com uma comissão técnica que já estava no clube, que tinha as suas metodologias, e tínhamos que lidar com isso. Uma das práticas dela era o baixo aproveitamento da base. Então essa junção foi o grande problema: tínhamos que ir ao mercado sem dinheiro para montar um elenco e não tínhamos uma divisão de base requerida pela comissão. Como você vai montar um bom elenco nessas condições? Teve o Ba-Vi que prejudicou todo o nosso planejamento, também. Depois, tivemos também uma parada para a Copa do Mundo com uma carga de atividade muito baixa. O time voltou da intertemporada com uma deficiência física muito grande.

C: Está tomando atitudes para que isso não aconteça em 2019? O clube segue sem condições de contratar. RD: Sim, olha a diferença aí. Temos dois times que podem jogar, um deles sub-23. Os jovens que estão em Maceió (enfrentaram o CSA) não foram para lá despreparados, não. São garotos que passaram por um ano inteiro de preparação e chegaram às semifinais do Brasileiro de Aspirantes. Alguns já têm experiência no time principal. Estamos numa condição financeira difícil, é notório após a queda, mas estamos mais preparados para enfrentar essa situação, porque vamos observar e esperar desempenho dessa turma do sub-23. 

C: E onde acha que a sua gestão acertou? RD: Na implantação do sub-23. É onde você dá espaço para o jovem, sem cobrança, sem limitações. O caso característico é o de Lucas Ribeiro. No sub-23 ele teve onde jogar, aumentar a massa muscular, ter uma carga de treinamentos mais intensiva. Ou seja, você identificou um talento e deu a ele as ferramentas que precisa para entrar num time principal. Acho que foi o grande feito. Teve ainda organização jurídica, participação na Dallas Cup depois de muitos anos, a criação da Copa 13 de Maio entre sócios do clube e o futebol feminino – acesso à Série A de maneira invicta e título baiano.Confira no Bate-Pronto Podcast #76 o complemento da entrevista, em que Ricardo David fala sobre a iminente venda de jogadores revelados na base, cotas de TV, mando de campo na Fonte Nova, entre outros temas. Clique aqui.