Micose atinge gatos e humanos e pode ser fatal para os felinos

Os gatos precisam ser tratados antes que a doença atinja níveis descontrolados

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 26 de maio de 2017 às 18:30

- Atualizado há um ano

Um fungo que atinge felinos e humanos tem despertado a preocupação de muitas pessoas que convivem com felinos, além das autoridades sanitárias. Trata-se da Esporotricose, também conhecido como Doença de Jardineiro, pois profissionais dessa área terminam contraindo a micose nos espinhos de plantas ou em arranhões em árvores. Causada por um fungo que consegue sobreviver em diferentes estágios e temperaturas, o Sporothrix schenki, a micose causa lesões sérias e até fatais nos gatos e pode ser transmitida para os donos, por meio de arranhõ"A doença tem sido mais diagnosticada na região sudeste. O clima, temperatura e umidade exercem uma influência no crescimento do fungo", explica o médico veterinário do Hospital da Anhanguera de São Bernardo do Campo, Felipe Truisi, que faz questão de ressaltar, no entanto, que a culpa não é do gato! “Os animais de estimação terminam sendo vítimas desse problema e não é preciso que se sacrifique o animal ou isole-o”, esclarece o veterinário.

Segundo Truisi, o fungo vive normalmente no ambiente e o animal termina contraindo quando afiam as garras em troncos de madeira ou enterra as fezes na areia. “Nesse momento, o fungo entranha nas unhas do felino e vai causando lesões, especialmente se o animal já tiver machucados”, esclarece, ressaltando a importância de manter o animal domiciliado e sem acesso à vida na rua.  Os principais sintomas são múltiplas lesões cutâneas que não cicatrizam e apresentam secreção purulenta. "São facilmente encontradas em regiões de membros torácicos, patas e na região de face, todas oriundas de brigas. Há também as alterações em unhas (onicomicose), porque muitas vezes o gato vai até a arvore para afiar suas garras, gerando edema de membros", explica o médico veterinário.

A doença pode ser identificada por exames complementares tais como citodiagnóstico, exame micológico, biópsia de pele (histopatologia). O especialista recomenda que o proprietário tome cuidado ao manusear o animal, evitando arranhaduras. Lavar ou até mesmo desprezar os cobertores, roupas e brinquedos. “O tratamento é longo, dura cerca de seis meses e consiste na administração de antifúngicos até a remissão total das lesões”, esclarece, ressaltando que as feridas saram depois do primeiro mês de tratamento, mas é importante concluir a medicação até o final. O custo para tratar o animal pode variar de R$50 a R$70,00 por mês.