Mil famílias ganham imóveis do Minha Casa, Minha Vida com posto de saúde e escola

Entrega foi feita pelo prefeito ACM Neto; 72 delas possuem algum membro com microcefalia

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  • Nilson Marinho

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 17:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Secom/Divulgação

Era um sonho até então distante, mas que agora, para o final deste mês ou início de março, vai se tornar realidade. A dona de casa Cleisivalda dos Santos, 28 anos, ainda não consegue acreditar que, na manhã desta terça-feira (20), assinou os contratos da sua casa nova.

O novo lar fica no Conjunto Habitacional Margaridas, empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida, construído pela Caixa Econômica Federal (CEF) na Rua Joaquim Ferreira, Jardim das Margaridas. Outras 1.880 famílias também devem comemorar a conquista dos imóveis próprios no mesmo conjunto. 

Com os contratos em mãos surge a sensação de segurança, já que a preocupação costumava rondar as noites na sua antiga casa. Isso porque era difícil para Cleisivalda morar em um cômodo improvisado nos fundos da residência do pai, na companhia do marido e dos três filhos na região do CIA-Aeroporto.

As noites se tornaram piores depois da chegada da pequena Evellyn Shopia, 2 anos, que precisa de uma atenção maior - a garota possui microcefalia causada pelo zika vírus. "É difícil porque quando chove molha tudo. Lá, a gente dorme no chão porque não temos cama. Quando precisamos ir ao banheiro temos que utilizar algum recipiente porque também não temos saneamento", conta Cleisivalda que vai pagar parcelas que corresponde a 10% do salário mínimo, ou seja, menos de R$ 100.  A dona de casa Cleisivalda Santos e a filha Evellyn, de 2 anos (Foto: Marina Silva/CORREIO) Critérios Inclusive, esse foi um dos critérios que fizeram com que a dona de casa fosse beneficiada pela Caixa, por meio da prefeitura de Salvador. O município dá prioridade sobretudo às famílias com crianças vitímas da microcefalia causada pelo zika vírus; com renda inferior a R$ 1.800 e aquelas que se encontram em áreas consideradas de riscos.

Nesse último caso, a prioridade é para famílias, por exemplo, que moram em áreas com erosão, com históricos de deslizamentos de terras, barrancos e encostas com risco de desabar. Os idosos também entram nessa lista. Para eles, o município destina 6% das unidades habitacionais.  Famílias assinaram contratos na presença do prefeito ACM Neto na manhã desta terça-feira (20)  Foto: Divulgação/AGECOM Dos 1.880 contratos assinados, 1.220 famílias foram selecionadas pela prefeitura. Desse total, 72 delas possuem algum membro com microcefalia. É por isso que dentro do conjunto, uma escola municipal e uma Unidade de Saúde da Família (USF) vão funcionar com serviços de atendimentos à essas crianças.

Assistência De acordo com o secretário Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Almiro Melo, além da atenção dadas às vítimas da microcefalia, as casas já serão entregues com a adaptação necessária para recebê-las.

"Todas as casas do Minha Casa, Minha Vida já têm acessibilidade plena. São adaptadas, por exemplo, para cadeirantes ou para aquelas criança que necessitam da cadeira de rodas para locomoção. Nesse local, também vai ter um núcleo de saúde voltado para as crianças com microcefalia, com atendimentos específicos", afirmou. 

Na escola, uma das sala é reservada para as crianças especiais, com professores capacitados. Já na USF, as famílias poderão ter acompanhamento com neurologistas e fonoaudiólogos.  

"Todos os atendimentos especiais que essas crianças já encontram no Centro Dia vão ser disponibilizados no conjunto habitacional. Já na escola, vamos ter assistentes preparadas para lidar com elas. Muitas não ficam sozinhas e 23 delas já estão em alguma creche. Com essa escola, as famílias não vão precisar pegar ônibus, por exemplo, o que facilita bastante a vida", explica Taissa Gama, secretária Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude.

Conquista A aposentada Aurelina Celestina Barbosa, 84, entra na lista dos idosos que vão ganhar um novo lar. Também é difícil para ela acreditar que, depois de tantos anos, enfim, ela terá uma escritura com seu nome. Falando nisso, o contrato foi assinado no dia do seu aniversário. Para o novo aconchego ela já tem planos.  Aurelina: casa própria aos 84 anos (Foto: Marina Silva/CORREIO) "A primeira coisa que vou colocar é uma grade, não conheço os novos vizinhos", brinca. Aurelina vai deixar de morar com a filha de 60 anos e a neta de 33. As três moravam juntas no Resgate. 

Cadastro Os cadastros para conseguir uma casa por meio da prefeitura devem ser feito nas prefeituras-bairros. Lá, de acordo com a asessoria do Seinfra, um responsável preenche todos os dados dos interessados que esperam a seleção. Mas muitos também são encaminhados por meio de assistentes sociais. Em 2017, 10.289 unidades habitacionais foram entregues. A expectativa é que até o final de fevereiro, contando com as que serão entregues no Conjunto Habitacional, esse número aumente para 12.169. 

“A prefeitura possui hoje uma política habitacional que, de um lado, prioriza em parceria com o governo federal a construção de novas residências, por meio do Minha Casa, Minha Vida. Por outro lado, realiza intervenções como o programa Morar Melhor, de reforma de casas em situação precária, e de regularização fundiária, através do Casa Legal”, disse o prefeito ACM Neto, durante encontro com os beneficiados nesta terça (20) no auditório da Faculdade Unopar, no Parque Bela Vista, em Brotas.

Na ocasião, foi assinado uma ordem de serviço para início imediato da construção do novo acesso ao residencial, que será feito por meio da ligação CIA/Aeroporto. A obra téra o investimento de R$1,3 milhão e será desenvolvida pela Seinfra. A nova via vai integrar as localidades de Jardim das Margaridas e Bromélias, possibilitando aos moradores acesso às estações Mussurunga e Pirajá e a outros pontos da cidade através do metrô e ônibus.