Ministério Público denuncia 9 PMs por mortes no Cabula e pede prisão preventiva

A promotoria pediu a prisão preventiva dos denunciados para garantir a ordem pública e o regular andamento do processo

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  • Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 15:11

- Atualizado há um ano

O Ministério Público (MP) da Bahia denunciou nove policiais militares envolvidos nas mortes de 12 pessoas no bairro do Cabula, em Salvador, durante uma operação realizada no dia 6 de fevereiro. Os PMs envolvidos foram denunciados por lesão corporal contra outras seis pessoas. A denuncia foi movida pelo promotores Davi Gallo, José Emmanoel Lemos, Cassio Marcelo de Melo e Ramires Tyrone, na manhã desta segunda-feira (18). Com base na investigação instaurada pelo MP e no inquérito da Policial Militar, os promotores ofereceram denúncia contra os policiais por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.

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Em nota, o MP afirma que a promotoria pediu a prisão preventiva dos denunciados para garantir a ordem pública e o regular andamento do processo. Ainda segundo o órgão, será realizada reprodução simulada dos fatos.

A chacina ocorreu por volta das 4h do dia 6 de fevereiro, na localidade do Campinho, no Cabula. Segundo a Polícia Militar, uma guarnição havia sido recebida a balas ao investigar um grupo que, segundo a PM, planejava arrombar uma agência bancária. No suposto confronto, a PM feriu 15 homens, doze morreram após dar entrada no Hospital Roberto Santos. 

As informações do laudo cadavérico, no entanto, traziam ao menos cinco indícios de execução. Esses indícios foram confirmados pelas investigações do Ministério Público Estadual, contrariando a versão dos PMs.

Em pronunciamento dado no dia do ocorrido, o governador Rui Costa disse que os policiais agiram como "um artilheiro em frente ao gol". Segundo ele, em poucos segundos é preciso "ter a frieza e a calma necessárias para tomar a decisão certa".

O governador disse ainda: "A PM que eu imagino e quero construir no estado é uma PM que respeite o cidadão e atue sempre dentro da legalidade. A polícia, assim como manda a Constituição e a lei, tem que definir a cada momento e nem sempre é fácil fazer isso".