Modernizar é tão preciso quanto navegar

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Publicado em 17 de março de 2019 às 05:00

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Mais do que ligar o estado aos grandes países do mundo, os portos baianos servem como importantes meios para atrair indústrias, multiplicar negócios e potencializar lucros, tanto para os cofres públicos quanto para a iniciativa privada. Garantir que eles atendam de modo pleno os objetivos para os quais foram criados passa, necessariamente, por um amplo processo de modernização dos três maiores terminais da Bahia, localizados em Salvador, na Baía de Aratu e em Ilhéus.

Após décadas de expectativa do setor produtivo, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) decidiu iniciar, ainda este ano, um plano voltado a modernizar os três portos e prepará-los para o futuro. Em seminário realizado anteontem, em parceria com o CORREIO, a Codeba anunciou os principais eixos que integram esse pacote de ações e que serão colocados em prática no curto prazo de tempo.

A mola mestra do processo de modernização, que vinha sendo preparado desde 2018, tem como base a renovação tecnológica das estruturas em funcionamento, consideradas arcaicas em comparação com terminais que funcionam em altos níveis de eficiência. Estão na fila de prioridades a rápida implementação de um novo sistema para gerenciamento do tráfego marítimo, similar ao que é utilizado atualmente para o controle do espaço aéreo, reivindicação antiga das empresas que operam nos portos públicos baianos.

A lista de novidades contempla também a instalação de softwares e hardwares de ponta no setor de logística. O objetivo é agendar o acesso de caminhões aos terminais, de forma que eles estejam sincronizados com a chegada dos navios e cargas nos portos, além da integração de toda a base de dados entre os diferentes setores. A decisão é mais que acertada.

Há muito, empresas que dependem da movimentação marítima de carga, lideranças dos mais variados setores da economia e especialistas em gestão portuária se queixam da baixa eficiência dos terminais baianos, considerada um dos enormes gargalos no caminho do desenvolvimento do estado. Não resta dúvida de que tecnologias de última geração são passos fundamentais para demover antigos entraves.

Com novos sistemas, será possível aumentar a eficiência e a rapidez no embarque e desembarque de cargas, elevar a rotatividade dos navios que chegam e saem e ampliar a capacidade de operação. Por consequência direta, esse processo permitirá às empresas reduzir os gastos, já que elas pagam por cada hora em que as embarcações permanecem atracadas, fator de encarecimento da atividade nos três portos.

Além da renovação tecnológica, o plano da Codeba para modernizar os terminais, segundo estimativas da companhia, deve atrair investimentos de aproximadamente R$ 3 bilhões para os portos geridos por ela, em especial, o que está instalado na Baía de Aratu. O volume de recursos se refere tanto a concessões, arrendamentos e cessões onerosas de espaços quanto a intervenções estruturantes, parte delas já em curso.

O que inclui a dragagem de aprofundamento nos portos de Salvador e Ilhéus, o que permite o atracamento de navios de maior calado, a ampliação e construção de terminais de contêineres, de minérios, de granéis sólidos e de materiais gasosos e líquidos, além de novas áreas de apoio logístico, crucial para dar fluidez e pontualidade operacional à movimentação de cargas.

Para se ter ideia da importância de levar adiante os projetos previstos pela Codeba, 82,3% da área dos três portos que a companhia administra está hoje desocupada, gerando despesas com manutenção. Licitar espaços ociosos para a iniciativa privada possibilitará, ao mesmo tempo, diminuir os custos e aumentar a receita da empresa pública.

Somente com as instalações de áreas para movimentação de minérios no Porto de Aratu, os investimentos previstos pela Codeba são da ordem de R$ 1,2 bilhão. Mas, para além das cifras de grande monta, há ainda o mais positivo de todos os impactos futuros desse processo de requalificação portuária:  gerar renda e emprego, sobretudo, em um ambiente que ainda é afetado pela crise econômica. É a prova de que, nesse setor, é preciso modernizar para que os negócios possam navegar cada vez melhor.