Momo não veio para brincadeira. Não fale com estranhos, nem aceite balas!

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  • Jolivaldo Freitas

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Momo é o nome de bicho feio, com cara de macaco esquálido, sorriso de sapo, olhos de caveira, cabelos de maluca, pele macilenta e o seu sorriso é maligno. Não tem nada a ver com a alegre, sarcástica e zombeteira do Panteão grego, patrona dos escritores e poetas. Momo dessa vez chegou para arrepiar os pais e os professores, tanto que as escolas de Salvador já se manifestaram chamando a atenção dos pais, ao reboque de escolas que vêm fazendo isso no Brasil e no exterior. O medo grassa. Seria Momo a nova Baleia Azul?

O “ser” conhecido como a Momo do WhatsApp, segundo quem a tem observado, a exemplo dos professores e psicólogos, é o risco mais novo para as crianças e adolescentes. Momo não faz momice. Momo vem viralizando na forma de um desafio, que a princípio pode ser uma brincadeira online, mas que os estudiosos argumentam ser um caso sério. Lembre-se que a febre da Baleia Azul, com seus desafios, levou crianças e adolescentes ao suicídio, à automutilação, aos surtos de esquizofrenia.

A preocupação dos professores baianos que estão colocando as famílias dos alunos em alerta procede. Usuários têm dito mundo afora que ao enviar mensagens para a personagem pelo celular recebe de volta respostas altamente violentas e agressivas e ameaças. Especialistas em segurança na informática explicam que se trata de mais um expediente usado por criminosos para extrair dados pessoais e também visando extorquir quem viaja na internet. Interessante é que embora já conhecida há algum tempo, no Brasil nem a Policia Federal nem o Ministério da Justiça se deram conta do problema e por causa disso nenhuma iniciativa foi adotada, claro.

Momo responde para quem manda mensagens via WhatsApp em boa parte das vezes em castelhano, mas ninguém sabe quem foi seu criador. Sabe-se que tudo teria começado – segundo averiguação da Unidade de Investigação de Delitos do estado de Tabasco, no México, com um grupo de Facebook que se desafiava para ver quem conseguia se comunicar com o maior número de desconhecidos possível. Mas também se confunde com investigações que mostram a existência original de números de telefones que começam com 52, relativo à Colômbia; 81, do Japão e o código 57 que é do México.

Mas Momo se espalha pelo mundo e já aflige Espanha, Estados Unidos e França principalmente. Certo é que a origem da cara do jogo é japonesa, pois foi copiada da estátua de mulher-pássaro, exposta há cerca de dois anos numa galeria de arte em Ginza, riquíssimo distrito que pertence a Tóquio. A exposição aludia espectros, fantasmas e almas penadas como dizemos aqui no Nordeste.

Além da agressividade, o temor e o envolvimento psicológico de crianças e adolescentes, o jogo da Momo traz embutido várias intenções: roubar informações pessoais, incitar à violência, ao suicídio, assédio, extorsão e tem causado insônia, que leva à ansiedade e à depressão. Momo não veio para brincadeira.

Aos pais e professores cabe orientar sobre o perigo de participar de jogos no WhatsApp e se relacionar com desconhecidos. Ficar colado nas atividades da galera. Adolescentes, principalmente, adoram surfar nas lendas urbanas e ficam siderados; tendem a encarar os desafios mais cabeludos que surgem na Era Virtual, que nem Momo. Bons tempos em que bastava dizer ao filho: - Não fale com estranhos! E nem aceite balas!

Jolivaldo Freitas é escritor e jornalista

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