Moradores do centro histórico adotam medidas para evitar ataques de morcegos

Janelas fechadas e telas evitam que os morcegos entrem nas casas; não foram registrados novos ataques

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 14 de maio de 2017 às 13:54

- Atualizado há um ano

Três semanas após moradores do centro histórico terem sido mordidos por morcegos, a vizinhança está mais cuidadosa e tem mudado os hábitos. O comerciário Edson Gomes, 70 anos, tem fechado as janelas cedo para evitar a entrada dos animais. "Deu 17 horas, já está tudo fechado e já tenho também telas na janela".José Bonfim, 64, também está assustado. "Um morcego tentou entrar na minha casa e a minha mulher correu para fechar a cortina e ele continuou tentando entrar, até que ela conseguiu fechar a janela e ele bateu a cabeça e saiu voando", diz. José também tem mantido tudo fechado e, apesar do susto, brinca com o fato das mordidas serem no pé. “Ainda bem que uso meia pra dormir”, ri. O comerciário Edson Gomes está fechando as janelas cedo para evitar a entrada de morcegos (Maryanna Nascimento/CORREIO)OrientaçõesSegundo o veterinário e chefe do Setor de Vigilância Contra a Raiva do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Aroldo Carneiro, a orientação é que ninguém manipule o animal. "Não se deve tentar matar nem capturar. A primeira coisa que deve ser feita é informar ao CCZ para que ele seja recolhido para análise", diz.Aroldo também recomenda o uso de telas e as janelas fechadas. A estudante Ocimara Costa, 29, é moradora da Rua dos Ossos mas só ouviu falar do caso através da televisão. "Depois que algumas pessoas já haviam sido mordidas eu fiquei sabendo. Agora sempre deixo as janelas fechadas e faço uma ronda na minha casa antes de dormir", diz.DesconfiançaSe alguns estão assustados, outros sequer acreditam nos ataques. Carlos Antonio, 76, diz que três ou quatro pessoas devem realmente ter sido mordidas. “Não acho que deveria ter esse alarde todo. Deve ter gente inventando, por isso nem me preocupo em fechar a janela ou tentar outro tipo de proteção”. Sávio Caetano, 60, aposentado, concorda com Carlos. “Isso deve acontecer com casas antigas. Como moro em um local novo e iluminado, não acredito que haja tanto risco”, diz.