Moradores relatam toque de recolher no Jardim das Margaridas

Traficantes ameaçaram tocar fogo em comércio caso não tivessem pedido atendido

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  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 21:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

O dia foi de tensão no bairro Jardim das Margaridas, em Salvador, nesta sexta-feira (14). De manhã, um grupo de pessoas chegou a tocar fogo em um ônibus durante um protesto após a morte de um homem e, à tarde, segundo moradores, traficantes ordenaram que todo o comércio da Rua Joaquim Ferreira, próximo ao conjunto Minha Casa Minha Vida, fechasse as portas.

A ordem foi recebida por um dono de mercadinho, por meio de um telefonena. Na ligação, o traficante disse que ele teria de fechar o local se não quisesse ter o negócio queimado. A ligação foi presenciada por alguns clientes que aguardavam atendimento, ainda de acordo com a moradora. A ordem, de acordo com a testemunha, foi obedecida pela maioria. 

Pelos menos 50 pessoas realizaram um protesto, esta manhã, em resposta à morte de Jairo Pereira, 26 anos. Segundo vizinhos, o rapaz, que era portador de síndrome de down, foi morto a tiros por policiais militares na noite de quinta-feira (13). Os ônibus não circulam no bairro desde então e, segundo o Sindicato dos Rodoviários, não há previsão para que os coletivos retornem o itinerário normal. 

Embora tenha informado, por meio da assessoria, que não tem confirmação de toque de recolher na localidade, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que o policialmento foi reforçado no local.

Em nota, a pasta disse que apura, através das polícias Civil e Militar, a queima do ônibus no Jardim das Margaridas, e afirma que o homem morto era ligado ao tráfico de drogas e que chegou a trocar tiros com a PM.

"Na noite de quinta-feira (13), um traficante morreu em confonto com forças de segurança, naquela localidade, e os fatos podem ter relação. Com o criminoso foram apreendidos revólver, munições e porções de maconha. O policiamento foi reforçado", afirmou o comunicado da SSP-BA.