Morre Ilana Kalil, esposa do médico Renato Kalil, acusado de violência obstétrica

Ilana foi encontrada morta em sua casa em São Paulo nesta segunda-feira (14)

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  • Da Redação

Publicado em 14 de março de 2022 às 17:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Ilana Kalil, esposa do ginecologista Renato Kalil - acusado de violência obstétrica -, morreu na madrugada desta segunda-feira (14) aos 40 anos. Ela foi encontrada morta em sua casa em São Paulo.

A assessoria de imprensa do médico e a Secretaria de Segurança Pública de SP confirmaram a morte de Ilana. "O caso foi registrado como suicídio e outros detalhes serão preservados", disse a SSP, em nota oficial enviada ao uol.

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Ilana era nutricionista e instrumentadora cirúrgica. Ela deixa duas filhas e o marido Renato Kalil, pai das crianças.

Acusações de violência e abuso

Em dezembro de 2021, o médico obstetra Renato Kalil foi acusado de violência obstétrica pela influenciadora Shantal Verdelho e de abuso sexual por outras duas mulheres.

A bancária Letícia Domingues disse que foi abusada mais de uma vez pelo obstetra e ginecologista na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1991. Outra suposta vítima teria sido vítima de Kalil no Hospital São Luiz, também em São Paulo, onde ele teria exibido o pênis em uma consulta depois de um parto traumático, em 1993.

Ainda no último mês de dezembro, Kalil enviou um comunicado, após as denúncias da influenciadora, se dizendo inocente. “O parto da Sra. Shantal aconteceu sem qualquer intercorrência e foi elogiado por ela em suas redes sociais durante trinta dias. Surpreendentemente, o dr. Renato Kalil começou a receber, nos últimos dias, ataques com base em um vídeo editado, com conteúdo retirado de contexto”, diz a nota.

“A íntegra do vídeo (do parto) mostra que não há nenhuma irregularidade ou postura inapropriada durante o procedimento. Ataques à sua reputação serão objeto de providências jurídicas, com a análise do vídeo na íntegra. Kalil é obstetra ginecologista há 36 anos, sendo um dos médicos mais reconhecidos do Brasil. Ao longo de sua carreira, já efetuou mais de 10 mil partos, sem nenhuma reclamação ou incidente”, conclui o comunicado

Na entrevista ao Globo, Letícia, de 48 anos, diz que foi estuprada por Kalil durante internamento para um procedimento ginecológico na Santa Casa, em outubro de 1991. O atendimento foi realizado inicialmente por médicas e enfermeiras, e ela diz que não conhecia Kalil e não se recorda de o obstetra ter feito parte da equipe. Ela afirma que sofreu abusos por três dias em um quarto onde foi internada sozinha

Letícia conta que tinha medo de contar aos pais o que ocorria. Kalil, segundo ela, foi um dos médicos que lhe deu alta e recomendou aos pais uma nova consulta. O pai a levou para a consulta, quando ela foi novamente abusada sexualmente, segundo o relato de Letícia.

Já o relato da outra mulher tem menos episódios de abuso sexual, mas também envolve violência obstétrica. Ela conta que tinha 27 anos quando foi ao Hospital São Luiz para ter o segundo filho. A corretora diz que o plantonista que a atendeu foi Kalil e o que define como “o horror” começou na sala de pré-parto.