Morte de João Gilberto repercute na imprensa internacional; veja reações

Pai da Bossa Nova, baiano revolucionou a música no Brasil e influenciou o mundo

Publicado em 7 de julho de 2019 às 13:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A morte do cantor e compositor João Gilberto, 88 anos, neste sábado (6), repercutiu internacionalmente, dando destaque à sua importância para a difusão da música brasileira e para sua influência no trabalho de diversos artistas mundo afora. 

O jornal The New York Times destacou que “Gilberto, no fim dos seus 20 anos, se tornou o maior difusor das canções harmonicamente e ritmicamente complexas e liricamente sutis da Bossa Nova”, e o classificou como “luz principal” do chamado ‘brazilian jazz’.

O The Guardian, da Inglaterra, e El País, da Espanha, também destacaram a paternidade do baiano sobre o ritmo que levou a música brasileira para o mundo.

“Ele gostava de se apresentar sozinho, de terno e gravata, com apenas um banquinho e a guitarra que ele abraçava com doçura”, comentou o El País.

O tablóide britânico ainda lembrou que o álbum ‘Getz/Gilberto’, de 1964, feito em parceria com o saxofonista americano Stan Getz, “vendeu milhões de cópias, ganhou Grammy e popularizou a Bossa Nova em todo o mundo”. Destacou ainda que foi justamente o álbum que apresentou o hit ‘Garota de Ipanema’, cantado por Astrud Gilberto, com quem Gilberto era casado.

A rede americana CNN destacou que ‘Garota de Ipanema’ se tornou um sucesso mundial e alcançou o número 5 na Billboard. Lembrou ainda que a música, composta por Tom Jobim, seja a segunda música pop mais gravada de todos os tempos, atrás do ‘Yesterday’, dos Beatles, segundo a revista Performing Songwriter. 

A emissora britânica BBC comentou que “o lançamento do seu álbum Chega de Saudade no final dos anos 50 foi considerado um divisor de águas para a música brasileira”. 

O americano The Washington Post destacou que “ao longo da carreira, ele ganhou dois prêmios Grammy e foi indicado para seis”. Além do prêmio com o ‘Getz/Gilberto’, levou o World Music, em 2001, com o álbum ‘João Voz e Violão’.

Já o jornal italiano Corriere Della Siera chamou o cantor e violonista de “último gênio da Bossa Nova”, “responsável por uma revolução na maneira de cantar e tocar violão que mudou tudo na música brasileira”.

O francês Le Monde chamou o músico de “gênio” e inventor do gênero “que nos acompanha há seis décadas e continua a se renovar”.

“O brilhante intérprete raramente compunha, mas se apropriava de tudo que passava, vestindo as músicas dessa batida rítmica muito particular, desses sussurros sensuais”, completa o jornal francês.

O argentino Clarín definiu João como “o artista que redefiniu a música do Brasil, criando uma cadência que se tornou o símbolo de todo um país”. “O tom de sua voz e uma relação harmoniosa e precisa com o violão criaram uma identidade que mudou a música do Brasil”, completa o jornal.