Mortes em Pedrão: Polícia investiga se envolvidos no crime estavam no sítio, diz delegado

Homens armados foram vistos por moradores da região do imóvel, comprado pelo traficante Robin, morto no ataque; filhas dele seguem desaparecidas

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  • Bruno Wendel

Publicado em 3 de maio de 2017 às 11:17

- Atualizado há um ano

A Polícia Civil apura se envolvidos de participação nas três mortes em Pedrão, incluindo a execução de um dos gerentes da Katiara, estavam também no mesmo sítio que as vítimas. As duas filhas – uma menina de 1 e outra de 5 anos – do traficante Robson Luiz Gomes Lima, o Robin, encontrado morto com vários tiros na zona rural da cidade, ainda seguem desaparecidas. Nesta terça-feira (2), parentes das crianças fizeram por conta própria buscas no local, mas nenhuma pista delas foi encontrada. Neste mesmo dia, a Polícia Militar informou que Robin já tinha sido substituído dentro da facção.  O corpo de Robin foi encontrado numa área de mata fechada no distrito de Abobeiras, no domingo (30), quando retornaria para Salvador, junto com a família e o motorista, para comemorar o seu aniversário de 33 anos. Dois dias antes, moradores encontraram dentro de um EcoSport os corpos de Danilo Luiz Araújo Souza, 24, que dirigia o veículo, e a esposa de Robin, Juliana Conceição do Nascimento, 23. O veículo estava a 5 km do sítio comprado no início do ano por Robin. De acordo com o delegado titular de Pedrão, Henrique Moraes, pelo menos dois homens foram vistos dentro do sítio com Robin e a família. “Os moradores disseram que, além da mulher e das duas crianças, quatro ou cinco homens estavam no sítio, entre eles o Robin e Danilo, e que depois do crime, esses homens desapareceram”, contou o delegado.

Segundo Henrique Moraes, os homens eram conhecidos de Robin e andavam armados. “Apesar de Robin ter comprado o sítio no início do ano, ele pouco frequentava o imóvel. No entanto, esses dois ou três homens iam mais vezes e algumas pessoas da comunidade disseram que eles andavam com pistolas na cintura”, disse o delegado. O titular de Pedrão relatou a dificuldade de detalhar as circunstâncias do crime. “A ação criminosa aconteceu por volta das 21h da última sexta-feira, num lugar ermo e por isso, por enquanto, não há nenhuma testemunha ocular do fato”, pontuou.

Em relação ao sumiço das meninas, o delegado disse que ainda é uma incógnita. “Essa é grande questão, que a perícia está levantando. Foram vários tiros dentro do carro e essa é a nossa dúvida. Ainda é um mistério. Não é possível saber se elas estavam no carro porque não há testemunhas para afirmar. Aparentemente, todos que estavam no carro morreram. Só a perícia para dizer se elas estavam ou não dentro no veículo. Mas populares disseram que as crianças estavam no dia no sítio”, finalizou o delegado sem querer dar mais detalhes sobre a investigação. Apenas nesta manhã, Moraes pretendia ouvir três pessoas.