Mostra multimídia homenageia os 40 anos do CORREIO

Exibição é promovida por alunos do curso de Jornalismo da Unijorge

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 16:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

O lamento de Camila L’Abbate e Pollyana Moraes pelas sete matérias teóricas do quarto semestre do curso de Jornalismo no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) foi compensado pela sensação de dever cumprido após entregarem o produto final da disciplina História do Jornalismo nesta segunda-feira (12). A apresentação foi avaliada pela editora-chefe do CORREIO, Linda Bezerra, que aproveitou para conversar sobre a profissão de jornalista com os estudantes.

Normalmente, a disciplina é teórica, mas o professor Marcos Uzel decidiu inovar e encontrou uma forma de colocar uma pitada de prática em suas aulas. Após aulas expositivas que ensinaram sobre o desenvolvimento do jornalismo no Ocidente, Brasil e Bahia, ele desafiou sua turma de 40 alunos a fazerem uma mostra multimídia, contando a história do CORREIO, que no próximo dia 20 de dezembro comemora 40 anos.

Livres para pensar nas pautas e com quatro décadas de material à disposição, os alunos deixaram a imaginação fluir e pensaram nos mais diversos produtos para expor na mostra. E teve de tudo: programa de rádio, programa de TV, revista digital, conjunto de reportagens, documentário e mostra fotográfica. Foto: Evandro Veiga/CORREIO Cada uma das cinco equipes, ao seu gosto, escolheu um produto do CORREIO para apresentar. Na mostra desta segunda, as equipes abordaram as estratégias do jornal para se inserir em uma era digital, relembraram o caderno cultural Folha da Bahia, falaram sobre a cobertura de grandes fatos esportivos e abordaram ainda a causa LGBTQI+, apresentando, primeiro, sobre o blog Me Salte e, por fim, uma exposição fotográfica sobre a cobertura do jornal nos três primeiros anos da Parada Gay em Salvador.

O projeto, lembra o professor, foi dividido em duas etapas. A primeira contou com as visitas da editora-chefe, Linda Bezerra, e do gerente de marketing do jornal, Fábio Góis, que, durante uma palestra, mostraram aos estudantes como funciona a rotina do veículo de comunicação. 

Na segunda etapa, os alunos de Jornalismo foram divididos em dois grupos. Eles visitaram a redação do CORREIO e tiveram uma aula prática com Linda Bezerra.“A essa altura, eles já tinham estruturado as formatações dos trabalhos e temas. Era um trabalho para documentar a memória do CORREIO. Disso, nasceu uma diversidade de formatos”, explica o professor. O que foi exposto, segundo Marcos Uzel, é resultado de um processo conjunto entre os estudos em sala de aula, que abordou a história do jornalismo no Ocidente, no Brasil e na Bahia, somado ao acompanhamento da vivência de uma redação de jornal.

Durante as visitas aos bastidores do veículo, os estudantes aproveitaram para conhecer como funciona o processo de apuração que, em um momento seguinte, daria vida aos trabalhos.“Apuração é um mantra que vocês devem seguir em todo o momento na profissão. Procurem uma, duas, três, quatro, cinco ou quantas fontes conseguirem. Quem apura melhor conta uma história melhor para o leitor”, explica Linda.Para Marcos Uzel, que acompanhou a trajetória dos alunos, a experiência de juntar teoria e prática foi bem sucedida e rendeu ótimos produtos desde o primeiro dia de apresentações.

O CORREIO selecionou três trabalhos entre os 10 apresentados pelos alunos da Unijorge. Confira: Programa de rádio: O processo diário da produção de um jornal (Larissa Nunes, Murilo Almeida, Pedro Chrysostomo, Stefani Silva e Victoria Leal) Em quatro minutos de áudio, os alunos descreveram a rotina do jornal, desde o início do processo de apuração, que começa às 5h, com a chegada do primeiro repórter à redação, até o fechamento do jornal, encaminhado para gráfica ao final do dia, depois de um longo processo de escolha dos temas mais relevantes.

Também foi abordado a integração do veículo com o meio digital. "Quando a gente viu como é o dia a dia, como funciona a elaboração do jornal físico e do digital, descobrimos que, na verdade, há uma interação entre eles. Um auxilia o outro. Eu tinha a ideia que uma equipe diferente cuidava do impresso e outra do online. Ver como é feito, conversar com quem faz, foi uma experiência única", descreve Murilo Lima, 22 anos, estudante do 3º semestre do curso e responsável por dar voz ao programa. Ouça clicando no link: Programa de rádio. Minidocumentário: O Caderno Folha da Bahia (Brenda Cruz, Camila L’Abbate, Carla Guedes, Pollyana Almeida e Verena Pita) Os quase 15 minutos de documentário reviveram os anos do Folha da Bahia, caderno de reportagens de arte e cultura do CORREIO. O Folha, como é carinhosamente chamado pelos jornalistas que fizeram parte do caderno, era uma espécie de revista cultural dentro do jornalismo diário, como define o professor Marcos Uzel - um dos jornalistas que por 13 anos fez parte da equipe do caderno.

O documentário também conta com depoimentos dos jornalistas Luiz Lasserre e Marrom. “A gente aprendeu muito. É legal ter essa experiência prática e ver o produto pronto no final. Também é bom pelo choque de realidade que a gente toma, a necessidade de entregar as coisas em um prazo estabelecido e, de fato, precisar fazer essa entrega”, aponta Camila L’abbate, 23, uma das responsáveis pelo trabalho.

Minidocumentário: A Criação do Me Salte (Beatriz Lima e José Alisson) No dia 1º de abril de 2016 nasceu o primeiro canal LGBT do CORREIO. E não, não foi pegadinha de dia da mentira. O maior jornal do Norte-Nordeste do Brasil abriga há dois anos um portal LGBT.

O Me Salte é um blog que reúne informações sobre eventos, saúde e serviços para a comunidade LGBT. Neste ano, foi indicado em prêmio que escolhe a melhor mídia LGBT da Bahia.

Durante pouco mais de seis minutos, os estudantes colhem depoimentos de Jorge Gauthier, fundador do blog, e Naiana Ribeiro, a quem Jorge define como uma possível herdeira do Me Salte. O documentário também conta com a palavra de Linda Bezerra. Confira.  

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.