Motorista de caminhão foi feito refém por quadrilha que atacou banco

Ele foi obrigado a atravessar veículo na Estrada CIA/Aeroporto; criminosos incendiaram carreta

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  • Milena Hildete

Publicado em 1 de maio de 2018 às 16:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

O motorista de caminhão Arquimedes de Oliveira Paz, 42 anos, viveu momentos de terror na madrugada desta terça-feira (1º) quando foi feito refém pelo bando que atacou a agência do Banco do Brasil, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ele ficou uma hora e meia em poder dos bandidos, que, na sequência, atearam fogo ao cavalo da carreta Volkswagen que ele conduzia. O veículo é avaliado em cerca de R$ 85 mil. 

Por volta das 2h15, o condutor passava pela rotatória na localidade CIA/Sul, onde foi supreendido por homens com "armas de grosso calibre" - os bandidos montaram barreiras nos acessos ao banco. Ao todo, três carros e o caminhão de Arquimedes foram incendiados durante a ação criminosa. Os automóveis foram completamente destruídos pelo fogo. Um outro veículo, modelo Cobalt, foi atingido por diversos tiros na lataria na mesma localidade. 

Os criminosos obrigaram Arquimedes a atravessar o caminhão na Estrada CIA/Aeroporto para bloquear o acesso à agência, que fica numa área industrial da cidade. O relato da vítima foi feito na 22ª Delegacia (Simões Filho). 

No início da manhã desta terça (1º), o motorista registrou Boletim de Ocorrência na unidade policial. "Os bandidos obrigaram a vítima a atravessar o caminhão na rua e, em seguida, colocacaram fogo no caminhão", informa o BO. Os suspeitos ainda levaram um celular de Arquimdedes e documentos. Ele estava sozinho e saio sem ferimentos do atentado.

Quem também registrou ocorrência na mesma delegacia foi o motorista Paulo Robson, 32 anos. Ele passava pela rotatória, por volta das 2h30, para buscar uma funcionária quando passou pelos suspeitos e teve o carro, modelo Cobalt, atingido por vários tiros. A vítima contou que não viu os assaltantes. 

"Eu não vi ninguém, porque ninguém me parou. Quando eu vi, já estava no bloqueio que eles fizeram", contou Paulo. O carro foi atingido mais de dez vezes e seguiu para perícia no  Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador.

O gerente da agência, José Asdrubal Luz Rodrigues, também compareceu à 22ª Delegacia, onde registrou o arrombamento. Ele relatou que foram colocados explosivos na entrada, no lado que dá acesso ao fundo dos caixas eletrônicos e no lado direito interno, onde fica localizada a tesouraria e o cofre da agência. No depoimento, o gerente informou que foram causados danos nas portas, teto, paredes, janelas e também houve danos à câmera do cofre do banco. O CORREIO não conseguiu contato com a assessoria do Banco do Brasil. 

Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nenhuma quantia em dinheiro foi levada do banco. O caso será investigado pelo Draco.

Entenda o caso O Banco do Brasil de Simões Filho foi atacada por 10 assaltantes durante a madrugada desta terça. Os suspeitos usaram explosivos para explodir o banco, principalmente, a região dos caixas eletrônicos. Os policiais encontraram ainda manchas de sangue no chão da agência.

Ao menos três explosivos foram deixados pelos bandidos dentro da instituição bancária. Os artefatos foram 'neutralizados' pelos policiais na manhã de hoje. 

A área onde o banco está localizada é industrial, mas ainda assim alguns moradores das regiões adjacentes conseguiram ouvir o barulho das bombas. "Parecia que era o final do mundo. O barulho foi muito forte e começou de madrugada", contou. 

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier