Motorista que matou idosos atropelados em Brasília dirigia a 140km/h

Os dois morreram na hora. A motorista segue internada em coma induzido

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 17:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Jornal de Brasília

A morte dos servidores públicos aposentados Evaldo Augusto da Silva, 75 anos, e Dulcineia Rosalino da Silva, 72, em Brasília, completou oito dias nesta sexta-feira (26) e a polícia informou hoje que a motorista que os atingiu, Luciana Pupe Vieira, 46, estava a 140 km/h no momento do atropelamento. A via onde o fato aconteceu tem limite de 60 kmh/h. A informação é de Correio Braziliense.

O laudo do Instituto de Criminalística sobre o acidente foi concluído hoje. "A conclusão dos peritos é que a causa do acidente foi a perda do controle do veículo. O motivo não foi possível precisar. Estamos averiguando a causa por outros elementos, como testemunhas", diz a delegada Mônica Ferreira, que está à frente do caso.

Agora, a polícia pede na Justiça que seja liberado uma análise laboratorial do material genético de Luciana. A motorista segue inconsciente e, por isso, não pode autorizar os exames. "Temos o material, mas não temos autorização para usar", explica a delegada. A família da motorista não foi consultada. 

A investigação considera essencial o exame para saber se Luciana estava sob efeito de alguma substância. Ela não fez teste do bafômetro, mas teve sangue colhido no hospital. "Esses exames trarão respostas que não temos agora. Saberemos se ela sofreu um mal súbito ou se teve uma crise glicêmica", detalha a delegada. Depois de informação de que a atropeladora estaria com morte cerebral, os médicos voltaram atrás. "Ela respirou. Isso é um sinal de atividade cerebral", explicca Mônica. Ela segue em coma induzido no Hospital Santa Lúcia. Eles completaram recentemente 50 anos de casados (Foto: Reprodução) Até então, Luciana não tinha pontos na carteira nem infrações registradas. "Ouvimos familiares, amigos e colegas de trabalho. Não tivemos relatos de comportamentos agressivos ou de direção perigosa", diz a delegada. 

Voluntariamente, a família entregou à polícia o celular da motorista para que a quebra de sigilo mostre se ela falava com alguém enquanto dirigia na hora do acidente. Ela deve responder por homicídio com dolo eventual - sem intenção de matar, mas assumiu riscos de causar um acidente. A pena vai de seis a 20 anos de prisão.

Acidente O atropelamento aconteceu quando Evaldo e Dulcineia caminhavam na área de acostamento da via. Outras pessoas também caminhavam no local. O Mitsubishi ASX de Luciana passa nas imagens em alta velocidade. Outro casal que estava andando consegue pular e escapar. Evaldo e Dulcineia não perceberam a aproximação do carro e acabaram sendo atingidos. Eles morreram na hora.

Veja a cena (imagens fortes):

O casal era de Minas Gerais. Dulcineia era servidora aposentada da Câmara dos Deputados e Evaldo auditor da Receita Federal. Eles tinham feito recentemente uma viagem internacional celebrando os 50 anos de casamento. Eles deixam três filhos, quatro netos e um bisneto.