MP denuncia 11 policiais envolvidos na morte de jovem Geovane

O corpo dele foi encontrado carbonizado e esquartejado no Parque São Bartolomeu e Campinas de Pirajá, em agosto do ano passado

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  • Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 13:19

- Atualizado há um ano

(Foto: Arquivo CORREIO)O Ministério Publico do Estado da Bahia (MP-BA) denunciou onze policiais militares lotados nas Rondas Especiais (Rondesp) pelo assassinato de Geovane Mascarenhas de Santana, 22 anos, em agosto do ano passado.

O jovem foi visto pela última vez com vida no dia 2 agosto, durante uma abordagem no bairro da Calçada. 

O corpo dele foi encontrado carbonizado e esquartejado no Parque São Bartolomeu e Campinas de Pirajá.

O caso ganhou repercussão nacional, depois que o CORREIO divulgou com exclusividade o vídeo em que Geovane é colocado no porta-malas de uma viatura.

A imagem foi obtida pelo pai de Geovane, o comerciante Jurandy Silva de Santana, 40, que apurou sozinho o desaparecimento do filho diante de inúmeras negativas na polícia.

No dia de 19 de janeiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) cobrou agilidade à Polícia Civil no inquérito. A denúncia do MP-BA, que teve por base o inquérito policial, foi encaminhada à Justiça nesta semana pela promotora de Justiça Isabel Adelaide Moura. 

Em agosto, três policiais chegaram a ser presos, mas foram soltos dois meses depois - agora cumprem expediente administrativo. São eles: o subtenente Cláudio Bonfim Borges, comandante da guarnição, e os soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende. A prisão dos policiais aconteceu dois dias depois de o CORREIO publicar uma reportagem mostrando o vídeo em que Geovane é colocado no porta-malas de uma viatura da Rondesp.

PMs já respondiam por autos de resistênciaOs três PMs envolvidos no desaparecimento de Geovane Mascarenhas de Santana, 22 anos, foram identificados nesta sexta-feira (15) pela Polícia Militar e presos. São eles: o subtenente Cláudio Bonfim Borges, comandante da guarnição, e os soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende - todos lotados na Companhia de Rondas Especiais da Baía de Todos os Santos (Rondesp/BTS). 

Segundo a polícia, Jailson e Jasimiel  já respondem a processos judiciais nas 1ª e 2ª Varas de Justiça por auto de resistência - quando agentes de segurança matam em alegados confrontos. Os  dois estão lotados na PM há pelo menos 11 anos.

Já Cláudio, policial há 21 anos, é o  único que não tem o nome associado a ações judiciais desse tipo. Os três ficarão detidos no Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas.

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LaudoGeovane foi morto por decapitação, revelou um laudo do Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Depois da decapitação, o corpo foi carbonizado, além de sofrer mutilações. A ação é classificada no exame como “dantesca”.

Ele foi “vítima de decapitação seguida de carbonização, ações de extrema violência, associadas a requisitos de característica dantesca com a mutilação e retirada das mãos, dos testículos e do pênis e das tatuagens”, diz o laudo.  O exame mostrou que não havia fuligem nas vias aéreas do corpo, o que “demonstra que não houve aspiração pela vítima de fumaça enquanto vivo”.

Ainda de acordo com o documento, o corpo foi envolto em um plástico antes de ser queimado. Outra constatação é de que não houve fraturas no rosto ou na cabeça, nem lesões em órgãos e ossos, nem hemorragias. De acordo com o laudo, a arma utilizada no crime foi “objeto cortante ou penetrante”.

A Polícia Civil já havia revelado que a arma usada para matar a vítima foi uma faca. O corpo de Geovane foi encontrado carbonizado e degolado no Parque São Bartolomeu, no dia 3 de agosto. Já a cabeça e as mãos foram encontradas em Campinas de Pirajá, no dia 4.