MP já alertava para riscos da travessia

O órgão propôs duas ações civis públicas sobre a questão; ainda não houve decisão judicial

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  • Luan Santos

Publicado em 24 de agosto de 2017 às 16:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

O Ministério Público estadual (MP) informou que já alertava, há mais de dez anos, sobre a precariedade do serviço de transporte hidroviário realizado pelas embarcações que fazem a travessia Salvador/Mar Grande. O órgão propôs, inclusive, duas ações civis públicas sobre a questão. 

Na primeira ação, o MP alertou sobre inúmeras irregularidades no transporte de passageiros pelas embarcações, que colocavam em risco, diariamente, a segurança de centenas de pessoas. 

Em 2014, em uma nova ação civil pública, a promotora de Justiça Joseane Suzart solicitou a reforma dos terminais e das embarcações, a renovação dos coletes salva-vidas e outras medidas que assegurassem a saúde e segurança dos usuários. As ações propostas pelo Ministério Público ainda aguardam decisão judicial, informou a nota.

O MP ainda manifestou solidariedade com os familiares das vítimas da embarcação Cavalo Marinho I, que naufragou deixando pelo menos 18 mortos na Baía de Todos-os-Santos. 

Resgate Pescadores e moradores auxiliaram no resgate levando as vítimas para a areia da praia. Moradores de Mar Grande foram para o pier assim que souberam do acidente. Embarcações particulares tentaram se aproximar do local do naufrágio para ajudar a socorrer as vítimas. 

"Quando eu percebi que tinha virado, eu já estava embaixo da água, tentando respirar, e não conseguia. Eu pedi tanto a Deus que eu suspendi a cabeça e tive a respiração. As madeiras começaram a quebrar. O barco começou a desmanchar", contou, emocionada, a faxineira Morenita Santana, 35. 

Cinco lanchas, quatro navios da Marinha, com mergulhadores, e 130 militares participam do trabalho de resgate. Três navios da Base Naval de Aratu e três lanchas da Capitania dos Portos foram deslocadas para o local do naufrágio para auxiliar nas buscas. 

"Nós recebemos um chamado de emergência via rádio por volta das 8h e, em seguida, mandamos três embarcações de resgate, imediatamente. Três navios da base com médico a bordo e todo aparato para dar socorro está a caminho. Também acionamos outros órgãos como o Graer, Samu e Bombeiros", disse o capitão-tenente da Marinha, Fernando Jeann Tôrres Araújo.