Muito além da folha: Feira Vegana tem coxinha, maquiagem e até roupas

Variedade de produtos sem ingredientes de origem animal atrai até ‘carnívoros’

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  • Gabriel Moura

Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 19:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

As primeiras barracas tinham cosméticos, maquiagens, roupas e produtos de higiene pessoal. A seguir, na parte da comida, encontrava-se coxinha, abará, hambúrguer e sushi. Mas onde estavam as frutas e legumes na Feira Vegana realizada neste fim de semana no Parque da Cidade? Até tinha delas, mas apenas em um solitário stand, enquanto os outros estavam fartos de opções que agradavam o corpo e o paladar até dos ‘carnívoros’. 

De fato, a feira não é apenas um local para se fazer o ‘mercado de frutas do mês’, mas um lugar onde as pessoas se reúnem para comprar os mais diversos produtos, sempre produzidos de forma orgânica e sem ingredientes de origem animal. Além das compras, o evento também teve oficinas, rodas de bate papo e apresentações musicais.

“O veganismo, além de uma alimentação plant-based, ou seja, sem o consumo de nada de origem animal, também é um movimento que tenta diminuir de todas as formas possíveis a destruição do meio ambiente. Isso envolve ser contra testes em animais, exploração animal, exploração do meio ambiente (o que a gente chama de consumo consciente, redução de plástico, do consumismo, comprar de produtores independentes) além de, claro, a exploração humana também”, explica a jornalista Paloma Rigaud, 23, vegana há um ano.

Esses outros aspectos do veganismo, além do não consumo de produtos de origem animal, atrai a feira até pessoas que não deixaram de lado o consumo de carne, como é o caso da administradora Joana Silva, 33, que foi neste domingo pela primeira vez à feira. “Para mim, vir aqui e comprar esses produtos é mais uma consciência mesmo, de estimular a economia local e as pessoas que estão empreendendo. Além de dar uma contribuição ao meio ambiente”, conta ela que comprou sabonete, shampoo e desodorante veganos. Tem até maquiagem (Foto: Tiago Caldas/CORREIO) Tudo vegano Apesar de não ter carne ou ossos, aparentemente, alguns produtos podem ter ingredientes de origem animal. O sabonete, por exemplo, pode ter banha. Já o batom, copiando a sua ‘versão’ de chocolate, muitas vezes leva leite. Além de poupar os bichos, a produtora Simone Ramos, 41, afirma que esses produtos fazem melhor para o corpo.

“O sabonete de ervas, por exemplo, ajuda a regenerar e nutrir a pele. Ele se adapta melhor e seus componentes são absorvidos mais facilmente pelo corpo. Além disso, não é uma opção cara pois uma unidade sai de 95g sai por R$ 20 e dura até dois meses se for guardado da maneira correta, sendo deixado fora do contato constante com a água”, explica.

Além de orgânicos e veganos, alguns outros produtos vendidos na feira possuem o certificado de naturais. Ou seja, ao menos 95% das substâncias presentes dentro dele não foram sintetizadas em algum laboratório. “O nosso primer (tipo de maquiagem), por exemplo, além de disfarçar os poros, como os tradicionais fazem, irão tratar a pele. Desta forma, além de ficar bonita na foto, a superfície do seu corpo ficará tratada por causa de alguns ingredientes, como o óleo de melaleuca, por exemplo, que ajuda nessa hidratação. Assim, além de cuidar de você, do visual, você cuida do mundo”, defende a representante Juliane Facó, 34.

A Feira Vegana acontece desde 2017 e, geralmente, tem uma edição por mês. O projeto é parte de uma parceria dos organizadores com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência - SECIS.

*Com orientação da jornalista Marília Moreira