Mulher é presa após dizer que 'preto tem que morrer' em shopping de Santos

Vítima está em estado de choque, segundo a filha

Publicado em 14 de agosto de 2022 às 12:08

. Crédito: Reprodução

Uma mulher foi presa após cometer um ato racista dentro de um shopping em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a polícia, ela gritou para uma mulher negra, de 55 anos, que ‘preto tem que morrer’ e foi presa em flagrante por discriminação.

Segundo o G1 local, o caso ocorreu dentro da loja Riachuelo, no Shopping Praiamar, e foi presenciado por dezenas de clientes. A vítima ainda está abalada e prefere não ter seu nome exposto. A filha dela, Laila dos Santos, de 34 anos, preferiu falar sobre o caso. Ela contou que estava com a mãe em um estabelecimento, quando a agressora passou apontando o dedo e sendo racista. Revoltada ao ver a mãe ser vítima de uma agressora, a jovem chamou a polícia.

Laila conta que tudo começou quando a mulher passou pela loja acompanhada da mãe e começou a ofendê-la. Quando Laila, que também estava com a mãe, olhou para ela, a mulher reagiu negativamente.

“Ela puxou o andador e pegou o cartão dela. Depois, passou perto da gente e perguntou ‘o que você está olhando?’”, disse ao G1 Santos. Laila teria respondido para a moça que ela não deveria tratar a própria mãe daquele jeito. Em seguida, a mulher presa por racismo ignorou e entrou na loja.

“Eu continuei na porta e minha mãe ficou nas primeiras araras escolhendo a compra para o Dia dos Pais. Essa menina entrou na loja, cutucou a minha mãe e apontou o dedo na cara da minha mãe e falou que ‘preto tem que morrer’. Ela falou em alto tom, e uma funcionária da loja e outras pessoas ouviram”, contou Laila.

Laila disse que chamou a polícia imediatamente e, ao perceber, a mulher tentou reverter a situação dizendo que precisava ir embora, e chamou a mãe dela, sendo impedida de sair do local. A mãe da agressora teria afirmado que a filha estava fora de si, pois tem problemas mentais e possui um laudo psiquiátrico.

Algumas testemunhas e os agentes de segurança do local, segundo Laila, tentaram desestimular que a denúncia fosse feita, mas ela insistiu em chamar a PM. “Todo mundo falava que isso não ia dar em nada. Mas, eu afirmei que iria até o final e ia registrar um boletim de ocorrência. Estão ofendendo e matando pessoas utilizando como pretexto laudos para fazer o que querem, e isso tem que ser impedido”.

Segundo a jovem, a mãe dela, vítima de racismo, "está em estado de choque até agora".

Além da injúria racial, Laila e a mãe ainda vivenciaram, segundo afirma a jovem, uma humilhação pela maneira como elas foram tratadas pelos seguranças após o ocorrido. “Chamei os seguranças do shopping para inibir a saída dela. Até o primeiro momento, o pessoal do shopping queria que a gente não filmasse, porque eles não queriam expor a situação, e queriam que a gente fosse para uma sala privada [...] Parece que a gente estava errado. É algo que não dá para acreditar”, afirmou.

A mulher foi presa em flagrante por praticar discriminação.