Mulheres discutem igualdade e futuro do agronegócio

Evento em São Paulo foca na  relevância feminina para o avanço do setor

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  • Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

Discutir temas do futuro no presente. Este é o objetivo do 3º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que começa hoje (23/10) em São Paulo, com o tema "2030, O Futuro agora na prática". Durante dois dias, mais de 50 especialistas brasileiros e estrangeiros vão debater assuntos como big data, previsão climática, agroenergia, nanotecnologia e startups para empreendedoras do setor.

A ideia é traçar o cenário futuro abordando temas como os acordos internacionais, as relações estratégicas dos produtores com o setor varejista, as tendências das sociedades globais, a transferência de tecnologias nos países em desenvolvimento e a capacitação de mão de obra na gestão do agronegócio.

O congresso deve reunir mais de 1.500 mulheres, entre agricultoras, pecuaristas, integrantes de cooperativas, profissionais da indústria, produtoras e executivas de corporações do setor. Sempre com foco na relevância feminina para o avanço do agronegócio, os workshops promovem a troca de experiências e destacam ações inovadoras, rentáveis e sustentáveis do setor.  Organizado pela Transamérica ExpoCenter, o congresso tem apoio institucional da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

Desafios

Há progressos na participação das mulheres no agro. É o que indica uma pesquisa realizada pela Corteva Agriscience, Divisão Agrícola da DowDuPont. O levantamento revelou a opinião de produtoras rurais de 17 países. Mas os resultados indicam que os avanços ainda são lentos. As produtoras afirmaram que existe discriminação de gênero, disparidades financeiras, falta de reconhecimento e pouco acesso a treinamentos.

“Entrevistamos produtoras de grandes fazendas em economias mais avançadas e também agricultoras de propriedades de subsistência no mundo em desenvolvimento. Tomando por base os resultados dessa pesquisa, conseguiremos acompanhar e medir os avanços de inclusão da mulher no agronegócio daqui para frente”, destaca Krysta Harden, Vice-Presidente de Assuntos Externos e Sustentabilidade da Corteva Agriscience.

As brasileiras ganharam destaque no estudo. Cerca de 90% disseram ter orgulho de trabalhar no campo ou na indústria agrícola, uma média que ultrapassa a média global dos países incluídos na pesquisa.

“As mulheres entrevistadas apontaram os principais desafios de se trabalhar com agricultura hoje. Elas nitidamente têm orgulho do que fazem, mas isso não necessariamente se traduz em felicidade ou satisfação. Em nosso País, por exemplo, a maior parte indicou que a desigualdade de gênero ainda é um problema, sendo que a metade delas afirma que tem salários menores do que os homens que exercem funções semelhantes”, aponta Ana Claudia Cerasoli”, diretora de Marketing da Corteva Agriscience na América Latina.

Durante o congresso, as mulheres que atuam no setor vão tentar encontrar caminhos para derrubar essas barreiras que impedem a igualdade no exercício das funções nas propriedades rurais. A Corteva Agriscience, principal patrocinadora do congresso, vai lançar um programa para capacitar produtoras para a liderança. O programa "Academia de Liderança das Mulheres do Agronegócio" será implementado através de uma parceria com a Fundação Dom Cabral e a ABAG.

Startup 

O Congresso também terá uma área exclusiva para startups no mercado de agronegócio e a exposição de empresas voltadas para o segmento. Entre elas, estão as iniciativas da empresa Agrosmart, plataforma de agricultura digital líder na América Latina. A empresa auxilia produtores rurais no monitoramento de lavouras através de sensores e imagens de satélite, fornecendo informações em tempo real sobre irrigação, pragas e doenças.

"A visão do futuro do agronegócio é muito otimista. Acredito que a sociedade está cada vez mais consciente em relação a diversos assuntos importantes. Desde o uso dos recursos naturais de forma sustentável e preservação do meio ambiente, até a segurança alimentar, com a necessidade de aumento da produção. Vejo também uma transformação muito rápida e uma preocupação em trazer melhorias para o campo, como por exemplo aumentar a profissionalização e usar informações relevantes para uma tomada de decisão mais assertiva, gerando uma operação eficiente, produtiva e ao mesmo tempo sustentável", diz Mariana Vasconcelos, presidente e uma das fundadoras da empresa.

Negócios

O evento também promoverá a primeira rodada de negócios internacionais exclusiva para mulheres, promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com o apoio da Rede Agropecuária de Comércio Exterior (InterAgro). A rodada de negócios é um encontro entre compradores e vendedores com objetivo de gerar negócios.

Prêmio 

Entre as atrações deste ano está a entrega do 1° Prêmio Mulheres do Agro. A premiação vai valorizar e incentivar o protagonismo da mulher no setor agropecuário, disseminando boas práticas e reconhecendo a contribuição feminina para a agricultura brasileira.

SERVIÇO: O QUE: 3º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio QUANDO: 23 e 24 DE OUTUBRO ONDE: TRANSAMÉRICA EXPO - SÃO PAULO - SP MAIS INFORMAÇÕES: http://www.mulheresdoagro.com.br