Museu afro lança aplicativo interativo; veja vídeo

Tecnologia de realidade aumentada permite que visitantes vejam as obras do acervo em 3D

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  • Laura Fernades

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 22:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./CORREIO
José Carlos Capinan é diretor do Museu por Foto: Betto Jr./CORREIO

Já imaginou se uma pessoa que viu uma obra de arte no museu pudesse levá-la para casa? Ou se essa obra se materializasse na frente dos alunos em plena sala de aula? É praticamente isso o que vai acontecer a partir desta quarta-feira (18), quando o aplicativo de realidade aumentada do Museu Nacional da Cultura Afro- Brasileira (Muncab) fica disponível para download.

Lançado nesta terça-feira (17), em evento gratuito na sede do museu com show da cantora nigeriana Okwei Odili, o aplicativo já está disponível para Android e poderá ser baixado no sistema iOS a partir do dia 28. Resultado do projeto Quilombo Tech, o app usa a tecnologia de realidade aumentada e permite, por meio da câmera de smartphones ou tablets, que os visitantes do Muncab visualizem as obras de seu acervo em 3D.

Para ativar, basta apontar a câmera para os cartões postais com fotos das obras que podem ser adquiridos gratuitamente durante uma visita ao museu. Além das imagens geradas por computador, que podem ser vistas em 360º apenas girando o cartão, o aplicativo interativo reúne informações sobre o autor e sua criação, com audiodescrição para deficientes visuais. Para ativar o app, basta apontar a câmera para os cartões postais com fotos das obras que podem ser adquiridos gratuitamente durante uma visita ao museu (Foto: Betto jr./CORREIO) Nesta primeira etapa, ainda em fase de ajustes, podem ser vistas seis obras de artistas como Mestre Didi (1917-2013), Agnaldo dos Santos (1926-1962) e Antonio Miranda. A ideia é que todo o acervo do Muncab, que hoje gira em torno de 600 peças, esteja disponível no futuro. Em março de 2020, uma nova etapa do aplicativo será lançada e inclui óculos de realidade aumentada.

O objetivo dos óculos é que, durante a visita ao museu, o público tenha acesso a outros conteúdos e possa ficar mais perto de manifestações como a Festa da Boa Morte ou a Lavagem do Bonfim. “A ideia do aplicativo é tornar o museu um espaço de tecnologia, um espaço de acessibilidade e convidativo para os jovens”, destacou a cineasta Jamile Coelho, da Estandarte Produções, desenvolvedora do aplicativo.

Diretor do Muncab, José Carlos Capinan também celebrou o diálogo entre a tecnologia e as obras antigas, o que chamou de “casamento entre tradicional e contemporâneo”. “É preciso divulgar mais nosso trabalho e favorecer a permanência de valores das culturas primitivas. Essa associação é importante, porque atualiza na linguagem coisas que já pertencem ao passado e ao esquecimento”, reforçou.

Capinan ressaltou, ainda, que o Muncab trabalha muito com escolas públicas, onde há a predominância de crianças afro-descendentes, essa é uma forma de aprender brincando, de forma lúdica, sobre sua própria cultura. “A gente precisa trabalhar o amor próprio e essa forma de aproximação dá, às crianças, a visão de uma cultura que pertence a elas”, defendeu.

O aplicativo é resultado do Quilombo Tech, um projeto idealizado por Cintia Maria e Jamile Coelho, realizado pelo Muncab e pela Sociedade Amigos das Cultura Afro-brasileira. Foi desenvolvido pela Estandarte Produções, com consultoria da Acessibilidade Universal (Acessu) e viabilizado através do Edital da Década Afrodescendente 2019, chamada pública do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

Serviço O quê: Visitação ao Museu Nacional de Cultura Afro Brasileira - Muncab Visitação: De terça a sexta, das 9h às 16h. O Muncab entra em recesso no dia 21/12 e só volta em janeiro Endereço: Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico Entrada gratuita