Museus de Salvador investem em tecnologia para atrair público; confira

Recursos utilizados variam de projeções, telas interativas e óculos de realidade virtual

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  • Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Conhecido no Brasil como e no exterior como importante profissional multimídia, o artista e arquiteto gaúcho Gringo Cardia é o nome por trás de alguns dos museus de Salvador que têm na tecnologia uma aliada. A Casa do Carnaval e a Casa do Rio Vermelho são espaços que levam sua assinatura, e que utilizam o audiovisual como uma ferramenta a mais na interatividade com o público. 

"Isso tem dado certo porque você consegue, de fato, incorporar um número maior de informações de acervo nesses espaços, além de também ter servido muito para a interatividade com o público visitante", explica o secretário municipal de Cultura e Turismo, Claudio Tinoco. 

Além  da curadoria, a prefeitura mantém uma gestão terceirizada, após a implantação do equipamento, com uma empresa que tem a expertise na gestão de equipamentos culturais com essa característica e garante, além da manutenção dos equipamentos, o uso de softwares, como é o caso da projeção mapeada dos fortes. Confira as tecnologias empregadas em cada equipamento:

Casa do Carnaval - No primeiro andar da Casa ficam as duas salas do Cinema Interativo, onde o visitante escolhe um adereço disponível para caracterização, assiste uma seleção de três vídeos e é estimulado a dançar as coreografias de blocos e bandas, orientados por monitores dançarinos. O objetivo é possibilitar uma experiência única e emocionante como bem manda a magia da música e dos ritmos do Carnaval da Bahia. 

Várias projeções em vídeo também fazem parte do acervo (cada visitante faz sua “viagem” pela casa de forma particular, com o uso de fones de ouvido).  (Foto: Divulgação) Casa do Rio Vermelho - A Casa do Rio Vermelho conta com mais de 30 horas de vídeos e projeções. Ou seja, é impossível conhecer toda a história do imóvel e do casal de escritores em apenas uma visita. 

Dois espaços são reservados à gastronomia na vida e no trabalho de Jorge Amado e Zélia Gattai: “Os amados sabores de Jorge” e “Cozinha de Dona Flor”. A quituteira Dadá ensina algumas das receitas de delícias que marcaram presenças em livros como “Dona Flor e seus dois maridos”, como a punheta (bolinho de estudante), vatapá, caruru e acarajé. Esses dois espaços foram carinhosamente preparados por Paloma Amado, filha do casal de escritores, e autora do livro “A comida baiana de Jorge Amado”, reunindo receitas e histórias de pratos típicos que aparecem nas obras do pai.

Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana (Forte de Sta. Maria) - Além de uma exposição permanente, o local se amplia com a realização de Exposições Temporárias no Espaço FRAGMENTOS, instalado na Praça “Amigos da Marinha” em frente ao Forte. (Foto: Divulgação) Apesar de suas limitações espaciais, consegue, pela via tecnológica, ampliar seu conteúdo e viabilizar a apresentação de significativas produções realizadas no território baiano. A exposição permanente propõe uma leitura da fotografia através da qual, fotos de diferentes autores e de épocas variadas, são colocadas lado a lado para que se possa alcançar uma visão ampliada de tudo o que sido feito na Bahia, neste campo. Para apresentar um projeto tão amplo, num espaço tão reduzido, fizemos intenso uso de meios e recursos tecnológicos e essa abordagem transformou esse museu em um espaço pioneiro na Bahia. Assim, cada temática é tratada com recursos tecnológicos diferentes, alguns adotando

O Espaço conta com uma via mais clássica, como projeções e telas interativas; outros empregando tecnologia de ponta, como apresentações virtuais e interatividades complexas, possibilitando ao visitante criar a sua própria exposição, dentre as mais de 5.000 fotografias apresentadas.

- Exposições Virtuais - É um dos grandes diferenciais tecnológicos do espaço. Diversas exposições que aconteceram ou que foram criadas especificamente para o projeto são visitadas através de Óculos de Realidade Virtual. Mostras de Pierre Verger, Adenor Gondim e Hirosuke Kitamura, foram as primeiras a serem disponibilizadas ao público

- Projeções Mapeadas (vídeo mapping) - São realizadas diariamente a partir do horário do pôr-do-sol. Este tipo de projeção é realizada especificamente em superfícies irregulares, brincando com a arquitetura do Forte, as linhas da fachada, trazendo diversas obras fotográficas divididas também por conjuntos temáticos. (Foto: Milena Abreu/ Divulgação) Espaço Carybé de Artes (Forte de São Diogo) - Centro tecnológico de referência da vida e obra do artista, demonstrando através de recursos de mídia digital e realidade virtual, a grandeza artística deste homem e sua importância dentro das mais diversas técnicas e linguagens utilizadas.

Utilizando a tecnologia, tornamos acessíveis mais de 500 obras, possibilitando aos visitantes uma experiência lúdica, poética e instrutiva, dando a cada um, a possibilidade de criação de sua própria mostra, pela escolha individual dos temas apresentados.

Por meio de projeções na fachada do Forte, que criam uma realidade fantástica, realizamos o sonho deste artista, que queria que seu trabalho pudesse ser visto livremente por quem lhe inspirou, o povo da Bahia e do mundo todo.

- Personagens de Carybé modelados em 3D, são controladas e animados pelo visitante com seu próprio corpo, através da programação de software que utilizará o kinect, de modo a reconhecer quando um visitante está diante da projeção, replicando na projeção seus movimentos. - Pintura Virtual - Cavalete e mesa com material de pintura simulam um ambiente de atelier. Sobre o cavalete uma TV serve de “tela” de pintura para o visitante, que “desvela” desenhos de Carybé com movimento das mãos e pincéis, através da programação de software que utilizará o Leap Motion, para reconhecer os movimentos do visitante.

- Projeções internas - Um conjunto de 9 projetores colorem o espaço com desenhos de Carybé que surgem e desaparecem nas paredes internas do Forte.

- Vídeo na Fachada – Vídeo-mapping com desenhos de Carybé que surgem e desaparecem nas paredes externas do Forte.

- Exposições virtuais - É um dos grandes diferenciais tecnológicos do espaço. Exposições de Carybé, que aconteceram ou que foram criadas especificamente para o projeto, são visitadas através de Óculos de Realidade Virtual. O público poderá explorar os ambientes virtuais e apreciar obras, em lugares que não estiveram presencialmente.