Música clássica embala Dia das Mães em igreja no Pelourinho

O Grupo Ventarolla preencheu a manhã de quem resolveu fazer uma programação diferente em homenagem ao dia

  • Foto do(a) author(a) Hilza Cordeiro
  • Hilza Cordeiro

Publicado em 14 de maio de 2017 às 16:45

- Atualizado há um ano

A música clássica é um dos artifícios utilizados pelas mamães para acalmar seus bebês e ninar o sono das crianças. Neste domingo, o gênero musical embalou o Dia das Mães de algumas famílias de turistas e soteropolitanos na Igreja da Misericórdia, no Pelourinho. O Grupo Ventarolla, formado pelos flautistas Indrid Steinhagen, Rainer Kruppe, Rita Teixeira e o violinista da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba), Uibitú Smetak, preencheu a manhã de quem resolveu fazer uma programação diferente em homenagem ao dia. O evento faz parte do projeto Concertos nas Igrejas, da Fundação Gregório de Mattos (FGM).Mãe e filha, Waldelice e Ângela, assistiram juntas a apresentação, neste domingo (14)(Foto: Mauro Akin Nassor / Divulgação)Divulgada no Facebook, a programação atraiu a família da técnica da Embasa, Cláudia Carvalho, 50, que é voluntária dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). Quem insistiu para ir ao local foi a filha Fernanda Carvalho, de apenas 6 anos, que há quatro meses faz aulas de flauta doce. “Ela pediu para vir ver vocês e quer mostrar a flauta dela”, diz a mãe aos artistas, posicionados no altar da igreja. De frente para eles, meio tímida, a garotinha tira as notas de “Brilha, brilha, estrelinha” e é aplaudida pelo grupo. “Eu sempre quis aprender música, mas não tive tempo para isso. Agora, eu me realizo nela”, conta Cláudia, que recentemente entrou num grupo de canto. Sobre a escolha da programação ao lado da filha, ela justifica que “não há nada melhor do que estar numa igreja num domingo, ainda mais ouvindo música clássica”.

A flauta doce, apesar de ser um instrumento de iniciação musical, é bastante versátil. A idealizadora do grupo, Ingrid Steinhagen, é apaixonada pelas possibilidades da flauta e reuniu os amigos nesse projeto. Formado há cerca de um ano e meio e já com um repertório amplo, os artistas tiraram da flauta doce desde músicas renascentistas até clássicos da Música Popular Brasileira, como canções de Caetano Veloso.De mãos dadas com a filha e sentada na primeira fileira, Waldelice Sampaio, 87, assistia atenta à apresentação. A ideia de ir ao evento foi da filha Ângela Sampaio, 50. “Eu já conheço o grupo e acho de uma grande qualidade musical. Resolvi trazê-la porque ela adora música clássica e desde criança passou isso para mim”, relata. Nos planos das duas, ainda estava um almoço juntas e uma caminhada a passeio ali mesmo no Pelô.

Quem também foi conferir o concerto foi a pedagoga Edelzuita Menezes dos Santos, 56. Um almoço foi marcado hoje na casa da mãe dela na companhia dos filhos e netos, mas antes Edelzuita precisava do café da manhã com música. “Eu vim aqui para me contemplar primeiro, depois eu chego lá para dar uns cheiros”, brinca ela. “A música clássica me transporta para outro lugar, para os bailes clássicos de época, para os campos de ameixeiras no Japão, me eleva a alma”, acrescenta ela. No próximo domingo, o projeto Concerto nas Igrejas acontecerá às 11h, na Igreja do Rosário dos Pretos, também no Pelourinho.