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Música e flores celebram caboclos no Campo Grande; programação segue até quarta (5)


 

Coroas de flores e XXVI Encontro de Filarmônicas fizeram parte da comemoração vespertina do 2 de Julho, neste domingo (2)

  • Laura Fernades

Publicado em 02/07/2017 às 20:15:00
Atualizado em 17/04/2023 às 06:56:05

Selfies disputavam espaço com olhares curiosos e mãos ansiosas para tocar nas imagens do caboclo e da cabocla, quando chegaram no Campo Grande, na tarde deste domingo (2). Diante dos carros emblemáticos, não faltou gente rezando baixinho suas preces, de olhos fechados e pedindo por dias melhores. O mesmo acontecia no Monumento ao 2 de Julho, onde foram depositadas coroas de flores por autoridades como o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa, presentes na solenidade que foi seguida pelo acendimento da Pira do Fogo Simbólico.

“Esse ano pedi para a cabocla acabar com a violência, que está demais”, contou a aposentada Diva do Espírito Santo, 80 anos, que foi andando da Lapinha ao Campo Grande para ver o 2 de Julho. “Faço isso todo ano”, disse orgulhosa. Cansada da maratona, dona Diva não conseguiu esperar as apresentações do XXVI Encontro de Filarmônicas, que encerrou o cortejo. “Vou para casa, por causa do horário. Vou tomar banho, comer um prato de feijão, tomar uma latinha e dormir”, justificou rindo.A dona de casa Maria de Lurdes e a aposentada Diva se conheceram no 2 de Julho (Foto: Betto Jr./CORREIO)

A dona de casa Maria de Lurdes Rosário, 55, por outro lado, pediu proteção para a família. “Pedi saúde pra minha mãe, que sempre me trouxe aqui quando era pequena. Vim porque confio muito na cabocla e no caboclo e acabei ganhando uma amiga”, comemorou apontando para dona Diva, que conheceu minutos antes. “Gosto de fazer amizade e ela é uma pessoa muito boa”, justificou, enquanto se despedia para acompanhar a nova amiga até o ponto de ônibus.

Famílias compareceram em peso e deram o clima da comemoração vespertina do 2 de Julho. A estudante Ramaiana Pereira, 16, por exemplo, levou o filho Emerson Diogo, 2, para ver o cortejo que sempre acompanhou ao lado da mãe, quando era pequena. “Vim mais nova, mas não lembrava. Cresci e sempre quis voltar, mas nunca dava. Dessa vez eu quis trazer meu filho. Queria que ele fosse militar quando crescesse, enxergo ele ali”, disse, apontando para o cortejo de estudantes do Colégio Militar.O XXVI Encontro de Filarmônicas deu o tom musical aos festejos do 2 de Julho (Foto: Betto Jr./CORREIO)

Festa cívicaO XXVI Encontro de Filarmônicas reuniu seis filarmônicas e bandas, além de um coral no palco montado na praça do Campo Grande. Entre as atrações, estavam o Coral e Filarmônica da Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim, além da Banda de Música da Guarda Municipal de Salvador, a Filarmônica União dos Artistas e a Filarmônica Terpsícore Popular de Maragogipe.

“Esse é um legado histórico, popular, que sempre foi forte e isso ficou no DNA do baiano. Isso se renova dentro de cada lar”, comemorou o maestro Fred Dantas, 57 anos, que coordena o Encontro de Filarmônicas há 26 anos e estava satisfeito com a adesão de público na celebração da Independência da Bahia, que está completando 194 anos de história.

Realizada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), a programação teve como tema Salvador – Marco da Independência e segue até quarta-feira (5). “Estou puxando um grande diálogo sobre a necessidade do soteropolitano e do baiano voltar a conhecer o 2 de Julho, principalmente a nova geração. A ideia é cada vez mais apresentar o 2 de Julho como grande festa cívica do estado, inclusive para chegarmos nos 200 anos com uma meta”, disse o presidente da FGM, Fernando Guerreiro.

Na segunda-feira (3), às 18h, a programação continua com apresentação da Orquestra do Maestro Fred Dantas no Baile da Independência, que acontece na praça do Campo Grande. O encerramento acontece quarta, às 18h, com a volta dos carros emblemáticos dos caboclos para a Lapinha, saindo do Campo Grande em cortejo com participação da Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô, além de fanfarras e grupos culturais.