Nadador brasileiro é punido por doping e está fora do Mundial

Gabriel Santos ficará oito meses longe da natação; sanção modifica composição do revezamento 4x100m do Brasil

Publicado em 19 de julho de 2019 às 14:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Sátiro Sodré/CBDA

Em um julgamento realizado em um hotel de Gwangju, cidade sede do Mundial de Esportes Aquáticos, na Coreia do Sul, o brasileiro Gabriel Santos, reprovado em exame antidoping em maio, foi punido nesta sexta-feira (19) com uma suspensão de oito meses e ficará fora da competição que está sendo realizada na Ásia. Para completar, o nadador também desfalcará a equipe do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que começam no dia 26, no Peru. A decisão foi tomada por um painel de doping da Federação Internacional de Natação (Fina) às vésperas das disputas desta modalidade no Mundial, cujas primeiras provas eliminatórias começarão às 22h (de Brasília) deste sábado, já manhã de domingo na Coreia. Gabriel faria parte da equipe brasileira no revezamento 4x100 metros, com baterias qualificatórias para a final ocorrendo na noite de sábado. O atleta de 23 anos foi submetido a um teste de urina surpresa colhido pela Fina no dia 20 de maio, após prova disputada em São Paulo, que acusou resultado positivo para o uso da substância clostebol, proibida pela entidade máxima da natação. O Esporte Clube Pinheiros, clube defendido pelo nadador, divulgou nota no final do mês passado, quando destacou acreditar na inocência do competidor. Naquela ocasião, o Pinheiros afirmou crer que, se houve o consumo da substância proibida, isso ocorreu de maneira acidental. "Tomando conhecimento de que o Gabriel não fez uso de forma voluntária de nenhuma substância, afirmação que foi levada em consideração devido ao seu bom histórico comportamental e esportivo, o clube prestará a ele todo o suporte necessário, para que a situação seja esclarecida e cause o mínimo de impacto possível na carreira do atleta", disse o clube, em nota no dia 27 de junho. O velocista é uma das grandes promessas da natação brasileira na atualidade e a suspensão de oito meses vale a partir do período retroativo de 20 de maio, data do exame, e vai até o dia 19 de janeiro de 2020. Ele amargou esta sanção aplicada pela Fina em um julgamento no qual foi acompanhado na Coreia do Sul pelo treinador Alberto Pinto da Silva, pelo médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Rodrigo Brochetto Ferreira e pelo advogado Stefano Malviesto.  Também participaram do julgamento, via teleconferência, o advogado Bichara Neto, o bioquímico Luis Claudio Cameron e o irmão do nadador, Rodrigo Santos. E a defesa de Gabriel alegou que o nadador foi vítima de contaminação involuntária, que poderia ter ocorrido por meio do uso de uma toalha ou uma peça de roupa do seu irmão dias antes do exame que ele realizou no dia 20 de maio. No caso, a substância clostebol está presente em um creme pós-barba que é utilizado por Rodrigo Santos.  Após ouvir as argumentações da defesa de Gabriel, o painel de doping da Fina descartou uma sanção mais dura ao brasileiro, mas acabou aplicando a suspensão de oito meses por ter considerado o nadador negligente ao deixar que fosse contaminado pela substância proibida. Contra a decisão da entidade ainda cabe recurso, mas é pouco provável que ele consiga revertê-la para poder nadar no Mundial e no Pan. Como consolo, caso não tenha sucesso em um possível recurso, o nadador tem o fato de que poderá voltar às competições normalmente no ano que vem, após a sua suspensão acabar em 19 de janeiro. Em abril ocorrerá a seletiva olímpica para os Jogos de Tóquio-2020 e ele deverá estar presente nesta disputa por vaga na competição.