Não existe futurologia em arte, mas sinais e sintomas como requisitos

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 9 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

A arte de Carlos Vergara (foto/divulgação) Hoje, em todo o mundo, há uma grande preocupação em descobrir novos talentos. Novos artistas, que tragam contribuições e estabeleçam pontes para inovações em arte, o que representa uma grande oportunidade para artistas emergentes. Também de se buscar a crítica de arte, o interesse de colecionadores e se formar um novo panorama de aptidões. Há algumas décadas atrás era diferente.

Os galeristas começavam completamente desconhecidos, a grande parte oriunda de outras atividades, bem distantes da arte. Abriam uma galeria com apenas espaço físico, iluminação frágil, e buscavam nomes consagrados para a coletiva inaugural com quadros em consignação. Assim, tinham artistas com décadas de trabalho, carreira consolidada, público certo, mídia espontânea, e já possíveis compradores.

Outros com uma expo individual de artista conhecido com as mesmas características dos escolhidos para a opção anterior. Alguns galeristas, com seu talento e trabalho se tornaram conhecidos, adaptaram-se a nova tarefa e terminam vencedores. Outros desapareceram.

Uma questão a se pensar, será que o “novo talento” que já começa com preços altos, se torna interesse da mídia com incrível rapidez, vai ser capaz de manter uma carreira? É fácil tornar-se um “fenômeno” em poucos anos, mas com o tempo sustentará conteúdos embasados, com novas reflexões e postulados?

Muitos artistas que atingiram fama, preço e chegaram a ganhar prêmio de importância como o de Viagem ao País e Viagem ao Estrangeiro, do Salão Nacional do Rio de Janeiro, os mais relevantes prêmios do país à época, desistiram completamente da carreira. Existem exemplos disso em todas as áreas do fazer artístico. Cantores de uma única música ou apenas um disco de sucesso. Muitos na literatura com grande premiação ficaram só com um livro.

É necessário observar o discurso e as possibilidades destes novos artistas. Não existe futurologia em arte, mas sinais e sintomas como requisitos. O artista é legitimado pela carreira, por suas produções. É certo que não se pode exigir de emergentes carreira e produções amplas, mas as possibilidades destas ocorrências. Poucos nascem para a tenacidade e capacidade de manutenção de caminhos.

O mercado hoje busca sucessos instantâneos, que satisfaça a demanda imediata, sem observar consequências. A qualidade é fator primordial e o tempo formatará uma avaliação adequada.

Artistas que tenham consciência do ofício, profissionalismo e coerência, credibilidade, como Carlos Vergara, Claudio Tozzi, Roberto Magalhães, Darel Valença, não se violentam buscando a moda e o mercado. Mercado é consequência, não preocupação inicial, ele vem através de muito suor e obstinação.