‘Não se brinca ameaçando de morte’, desabafa mãe de aluna jurada por colega

Promotora recebeu denúncia sobre caso no Colégio São Paulo nesta quinta

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 2 de novembro de 2018 às 02:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Após encaminhar denúncia sobre as ameaças sofridas por sua filha, a mãe de uma aluna do Colégio São Paulo, no Itaigara, decidiu falar. Ela, que prefere não se identificar com medo de que através de seu nome cheguem até a vítima, contou ao CORREIO que estava viajando quando o caso aconteceu. Ao chegar em casa, viu a filha assustada com a situação e decidiu levar o caso às autoridades.

Segundo a mãe, inicialmente a denúncia foi encaminhada para Defensoria Pública do Estado (DPE); em seguida, registrou queixa na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).“Alerto, inclusive, aos pais de adolescentes, que fiquem atentos, pois isso que aconteceu com a minha filha não é brincadeira, não se brinca ameaçando o colega de morte... de facadas. Quem ameaça, mata! Vamos cobrar e aguardar que as autoridades competentes, e até mesmo a escola, tomem as medidas cabíveis”, declarou a mãe da aluna ameaçada.O Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirmou à reportagem que já designou uma responsável por apurar o caso. Será a promotora Edna Sara, da Promotoria da Infância e Juventude. O órgão afirmou que os documentos chegaram até a promotora nesta quinta-feira (1º) e a responsável ainda está “estudando o caso e, no início da próxima semana, deve indicar algumas medidas”. 

O Colégio São Paulo também foi procurado pelo CORREIO e afirmou que o posicionamento da instituição segue o mesmo da nota publicada na última terça (30), na qual afirma que não compactua com os acontecimentos envolvendo os alunos e que, apesar do caso acontecer fora dos limites do colégio, uma apuração interna foi instaurada e a direção passou nas salas de aula com o intuito de reforçar os princípios de “amor, solidariedade, respeito e autonomia” que são norteadores da instituição.

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Coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), a promotora de Justiça Márcia Teixeira afirmou que pais de outros alunos acionaram o MP-BA para apurar o caso. Segundo ela, as escolas “precisam trabalhar com valores humanos em seus projetos de ensino para que situações como essa, entre alunos, não se tornem recorrentes dentro ou fora dos seus portões”.

Entenda o caso Um aluna do Colégio São Paulo foi ameaçada de morte em uma rede social após discussões de viés político. Um estudante, que criou um perfil falso para perseguir a adolescente, chegou a ameaçar a garota de morte. "Pvta [piveta] se cuide viu. Vou atrás de tacar a p*rra de vc (...). Vai se f*der na minha mão. Bolsonaro vai acabar com vocês feminazi tudo (sic)", escreveu, em mensagens privadas no Instagram. Imagem: Reprodução Em seguida, a jovem publicou nos stories de seu perfil na rede social as ameaças que recebeu. O agressor continuou respondendo.

"Tá postando coisa pq p*rra? Ficou com medo n? Vai morrer viu. Última vez que te aviso quando (sic) mais apoio vc acha que ta ganhando, mais os meninos do grupo estão. Sua 'oposição' como você insiste em falar vai lhe custar 17 facadas pra voc morrer que nem aquele mestre de capoeira preto que votou na petralhada", diz as mensagens, citando o músico e mestre de capoeira Moa do Katendê, morto no dia 8 de outubro, próximo ao Dique do Tororó, após uma discussão política.