'Não tenho medo de ousar', diz Gal Costa sobre a fórmula do sucesso

Cantora apresenta a turnê do elogiado álbum A Pele do Futuro, nesta sexta-feira (1º), no Teatro Castro Alves

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  • Laura Fernades

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Teca Lamboglia/Divulgação

 A cantora Gal Costa, 73 anos, adora “esquecer” a própria idade, mas garante que não se trata de uma questão de negar a passagem do tempo. “Não é que não assumo: eu me sinto mais jovem do que realmente tenho de idade”, explica a artista que está de volta a Salvador com a aguardada turnê do disco A Pele do Futuro.

“Imune à lâmina do tempo”, como diz a letra da música que inspirou o show, Gal se apresenta nesta sexta-feira (1º), no Teatro Castro Alves, com os ingressos esgotados. Da sofrência sertaneja à black music dos anos 1970, a cantora interpreta compositores de diferentes gerações, a começar por novatos como Marília Mendonça e Silva. Entre os veteranos, estão nomes como  Erasmo Carlos e Gilberto Gil, que fez Viagem Passageira especialmente para Gal.

A letra, que inspirou o nome do disco e da turnê, fala de uma “passagem nessa vida passageira”, com o “tempo finalmente estilhaçado”. “O sonho é ter tudo resolvido/ Com o passar do tempo pela vida/A casca da ferida se formando/A cicatriz na pele do futuro”, diz um trecho da música feita para a cantora que ri ao dizer que se considera “meio peter pan”.

Questionada sobre o que considera “a pele do futuro”, Gal explica que é “aquela que já conhece o caminho inteiro e tem marcada em si as cicatrizes de uma vida, de um caminhar, com tudo o que o tempo escreveu nela: as belezas, dores, perdas e o aprendizado”. E a cantora continua: “nossa pele está sempre em transformação, ganhando novas marcas, envelhecendo ao mesmo tempo em que se renova”. “Acho linda essa imagem”, reflete.

Dançante Com repertório também inspirado na música disco dos anos 1970 e 1980, Gal apresenta um show dançante. A proposta ganha fôlego com canções como o ixejá Realmente Lindo, composto por Tim Bernardes, e o pop-rock Abre-Alas do Verão, parceria que leva a assinatura do tremendão Erasmo Carlos e do rapper Emicida.

“Estou ansiosa e muito feliz em voltar a Salvador com esse projeto. O público tem recebido muito bem essa nova turnê e tenho  certeza que o público baiano vai gostar também”, garante a cantora que, em mais de 50 anos de carreira, segue cativando diferentes gerações. O “privilégio de continuar agradando ao público jovem” tem um motivo simples: a inovação.

Daí a decisão de gravar com compositores mais novos, o que também marcou o álbum Estratosférica (2015). “Acho importante e interessante devolver, retribuir a essa nova geração uma música deles gravada por mim. Eles bebem na minha fonte, assim como me influenciei por outros artistas”, compara Gal.

Produzida pelo jornalista e diretor paulista Marcus Preto e pelo músico pernambucano Pupillo, da Nação Zumbi, a cantora reforça que o segredo do sucesso está na ousadia. “Agrado porque inovo, não tenho medo de ousar, de testar misturas diferentes nos meus discos”, explica. “Sou uma artista que tem coragem de criar novos caminhos, de dar saltos dentro da minha carreira”, comemora.

Serviço O quê: show de Gal Costa Onde: Teatro Castro Alves (Campo Grande | 3003-0595) Quando: Sexta-feira (1º), às 21h Ingressos (esgotados): R$ 200 | R$ 100 (filas A a W), R$ 150 | R$ 75 (X a Z5) e R$ 100 | R$ 50 (Z6 a Z11). Vendas: bilheteria do TCA, SACs dos shoppings Barra e Bela Vista ou pelo site.ingressorapido.com.br/tca.