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Os sete planetas em estudo podem conservar água em estado líquido em sua superfície
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 16:45
- Atualizado há um ano
A Nasa descobriu novos planetas no sistema planetário da estrela TRAPPIST-1, localizada a 40 anos-luz do Sol. A descoberta foi divulgada pela Nasa hoje e teve seus detalhes publicados em artigo da revista "Nature". O sistema tem sete planetas com um tamanho próximo ao da Terra localizados em uma zona temperada, ou seja, com temperatura entre 0ºC e 100ºC.
Em princípio, segundo a Nasa, todos os sete planetas descobertos poderiam conservar água em estado líquido em sua superfície — condição tida pelos cientistas como essencial para a vida. Os cientistas consideram que estes planetas estão no que chamam de “zona habitável”. Três deles em particular parecem mais promissores para a presença de oceanos, além de possivelmente terem estruturas rochosas.
O sistema orbita uma pequena estrela localizada a cerca de 40 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. Chamada de Trappist-1, ela é tão pequena que tem um diâmetro apenas um pouco maior do que Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Seus planetas, por sua vez, têm porte similar à Terra — alguns um pouco menores, outros um pouco maiores — e passam rotineiramente à frente de sua estrela-mãe do ponto de vista de quem está aqui na Terra. Foi graças a isso que eles foram descobertos.
Em maio de 2016, o astrofísico Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica, com a ajuda de colaboradores, havia relatado a existência de três destes exoplanetas que transitavam ao redor da estrela anã. Essa foi a primeira pista para os autores investigarem mais a fundo o sistema.
Desde a detecção desse primeiro trio de exoplanetas há quase 10 meses, os pesquisadores monitoraram a TRAPPIST-1 a partir do solo, com o Telescópio Liverpool, na Inglaterra, e do espaço, com a ajuda de equipamentos da agência espacial dos Estados Unidos.
Vários fatores tornam a descoberta uma das mais importantes da história da pesquisa de exoplanetas até agora — a proximidade do sistema solar, o número de planetas rochosos, a distância que cada um deles guarda de sua estrela, o tamanho reduzido do astro central e, sobretudo, a possibilidade de monitorar os chamados trânsitos planetários. Tudo isso favorece a possibilidade de que muito em breve — no mais tardar já no ano que vem — os astrônomos possam ser capazes de investigar as condições que realmente predominam nesses mundos e descobrir quais são habitáveis mesmo, se é que algum deles é.