Navio veleiro Cisne Branco abre para visitação em Salvador

Após 7 meses de viagem, Cisne Branco foi aberto para centenas de pessoas neste sábado (20)

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  • Thais Borges

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 13:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Centenas de pessoas foram conhecer o Cisne Branco (Foto: Roberto Abreu/CORREIO)

De longe, dava para avistar os pouco mais de 46 metros de altura do grande mastro. De perto, os 249 pés de comprimento – algo em torno de 76 metros – causavam ainda mais impacto. Tanta imponência era do Cisne Branco, navio veleiro da Marinha do Brasil, que chegou a Salvador na quinta-feira (18) e foi aberto para visitação gratuita neste sábado (20). 

Desde cedo, centenas de pessoas fizeram fila para entrar no navio e conhecer alguns dos compartimentos. O pequeno Pedro Nunes, 7 anos, era um dos visitantes mais empolgados. “É massa. Gostei muito do leme”, contou o garoto, fazendo um gesto como se estivesse comandando o dispositivo de direção da embarcação. 

Pedro tinha visitado um navio de guerra, no Porto de Salvador, quando era menor. Não lembrava. Os pais, então, decidiram levá-lo. “É perfeito para crianças”, disse a mãe, a analista fiscal Patrícia Nunes, 33. “A gente mostrou a ele e perguntou se ele queria vir. Vale muito a pena a visita”, completou o analista de sistemas Alan Nunes, 36, pai de Pedro.  Patrícia e Alan levaram o pequeno Pedro para visitar o veleiro (Foto: Roberto Abreu/CORREIO) As primas Ana Beatriz, 3, e Maria Eduarda Nascimento, 9, também estavam vendo um navio tão de perto pela primeira vez. “Quero ver o que tem ali no alto”, afirmou Ana Beatriz, apontando para as bandeiras hasteadas no veleiro.

Elas aguardavam com a família na fila que só crescia, pouco antes das 11h. “Eu achei que estaria mais vazio, até pelo horário. Abriu às 10h e já está tão cheio. Mas acredito que é porque é um passeio que a gente não consegue fazer todo dia, além de ser ótimo para crianças”, disse a mãe de Ana Beatriz, a professora Ana Carolina Araújo, 37. 

Já o comerciante Sérgio Nunes, 55, já conhecia o navio. Acompanhado da também comerciante Elaine Azeredo, 39, ele estava indo ao Cisne Branco pela terceira vez. “Agora, me parece que não é mais um navio-escola. Dessa vez, deu para a gente fazer a visita por completo, fazendo a passagem por toda a parte superior do navio”, comparou.

Elaine contou que o hábito de visitar navios é antigo – vem de quando moravam no Espírito Santo. “Lá, o porto de Vitória fica muito perto, então é muito comum isso de visitar navios”, explicou. E os dois destacaram que o Cisne Branco não era um navio comum.“Entrar em um veleiro é diferente. Normalmente, a gente vê outros navios”, comentou Sérgio.  O Cisne Branco fica em Salvador até domingo (21) (Foto: Roberto Abreu/CORREIO) Para os 500 anos De acordo com o capitão-tenente Henrique Machado, oficial de serviço do Cisne Branco, o veleiro atraca em Salvador praticamente todos os anos, desde que foi lançado. O Cisne Branco foi construído em 1999, mas sua viagem inaugural foi apenas em 9 de março de 2000, saindo de Lisboa. De fato, não se trata de um navio-escola, onde marinheiros ficam embarcados. No entanto, o veleiro é usado para formação complementar.

Encomendado pela Marinha como parte das comemorações pelos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, o Cisne Negro aportou no país no dia 22 de abril – exatamente a mesma data em que a armada de Pedro Álvares Cabral chegava ao Monte Pascoal (no Sul da Bahia, onde hoje fica a cidade de Itamaraju). 

“O Cisne Branco tem a tarefa de complementar a instrução dos aspirantes, que embarcam aqui para complementar sua formação, e também para fomentar a importância marítima para a sociedade. O interesse da Marinha é de proteção, mas relembramos ao público sobre a importância do mar, que vai desde o comércio marítimo e o gás natural até o lazer. A conservação marítima está ligada a isso (à conscientização)”. 

O Cisne Branco permanece aberto para visitação até as 17h30 deste sábado. No domingo (21), ele segue viagem em direção ao Rio de Janeiro (RJ), onde o veleiro é registrado, depois de sete meses de viagem. Este ano, o navio, que tem uma tripulação de 67 passageiros, participou da Comissão de Velas Latinoamérica. Durante a viagem, o Cisne Negro passou pelo Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, Panamá, Colômbia, Curaçao, República Dominicana e México.